Abertura da Copa do Mundo na África do Sul: votos para as sedes de 2018 e 2022 estariam sendo vendidos
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2010 às 19h35.
Acapulco - O Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu à Fifa que realize reformas contra a corrupção, após suspeitas de venda de votos no processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 22. Dois membros do comitê executivo da Fifa foram suspensos devido às denúncias, e dois países candidatos estão sendo investigados por suspeitas de conluio. Há mais de dez anos, o COI foi alvo de uma crise semelhante por causa da corrupção no processo de escolha de Salt Lake City como sede da Olimpíada de Inverno de 2002.
O presidente do COI, Jacques Rogge, disse no domingo que manteve contato com Joseph Blatter, presidente da Fifa, depois que as acusações vieram a tona, e apoiou a investigação promovida pela entidade que comanda o futebol mundial. "Tive uma discussão com o sr. Blatter", disse Rogge a jornalistas na terça-feira, ao final de uma reunião do comitê executivo do COI em Acapulco. "Ele foi muito gentil por me ligar quando o assunto surgiu e por me manter informado sobre o que ele havia feito e sobre a decisão tomada pela Fifa. Eu o encorajei a fazer exatamente o que ele estava fazendo, e a tentar limpar o máximo possível."
Depois do caso de Salt Lake City, maior escândalo de corrupção da história olímpica, o COI adotou várias reformas - como a proibição de que seus delegados visitem as cidades candidatas a organizar Jogos Olímpicos. Na época, dez membros tiveram de deixar o COI por terem aceitado presentes irregularmente.
"Acho que o COI chegou às conclusões corretas a respeito de algo que foi muito desagradável", disse Rogge. "Acho que fizemos tudo o que podíamos, e tenho certeza de que o COI saiu da crise como uma organização melhor e mais transparente, e espero que esse também seja o caso para os meus amigos do esporte (a Fifa)."
Mas Rogge disse que, apesar das medidas tomadas, seria ingênuo achar que alguma organização estaria à prova da corrupção dos indivíduos. "Acredito que as regras que adotamos definitivamente nos protegem o máximo possível, porque a mentira está incrustada na natureza humana. Às vezes me perguntam se o doping algum dia vai desaparecer completamente, e eu digo que não, é impossível."