Mundo

Clegg chama isolamento britânico da UE de "suicídio econômico"

A mais recente pesquisa Eurobarômetro da Comissão Europeia concluiu que apenas 35 por cento dos britânicos acreditam que a adesão à UE foi benéfica

Muitos britânicos estão preocupados com a possibilidade de ter de contribuir financeiramente para aliviar a crise da débito da zona do euro (Leon Neal/AFP)

Muitos britânicos estão preocupados com a possibilidade de ter de contribuir financeiramente para aliviar a crise da débito da zona do euro (Leon Neal/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2011 às 15h58.

LONDRES - A Grã-Bretanha estará cometendo um "suicídio econômico" caso se coloque à margem da formulação de políticas da União Europeia, disse neste domingo o vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg.

O comentário de Clegg ocorre apenas alguns dias depois de mais de um quarto dos legisladores do Partido Conservador (do primeiro-ministro David Cameron) terem rompido com a política do governo e votado por um referendo pela retirada britânica da UE.

Cameron tentou aplacar seu partido com a promessa de explorar o poder de veto da Grã-Bretanha para qualquer alteração no Tratado da UE. As mudanças no tratado podem se tornar necessárias por conta do resgate da Grécia. A Grã-Bretanha pretende obter isenções da lei europeia de emprego.

A Alemanha levantou a possibilidade de modificações do tratado para criar um controle orçamental mais forte dos 17 países da zona do euro, e isso pode dar à Grã-Bretanha, que está fora da zona do euro, mais espaço para negociar concessões.

Muitos britânicos estão preocupados com a possibilidade de ter de contribuir financeiramente para aliviar a crise da débito da zona do euro e suspeitam que um superestado europeu poderá exercer um controle cada vez maior sobre suas vidas.

A mais recente pesquisa Eurobarômetro da Comissão Europeia concluiu que apenas 35 por cento dos britânicos acreditam que a adesão à UE foi benéfica.

Mas Clegg, líder do Partido Liberal Democrata, o membro minoritário da coalizão governista, disse que uma renegociação dos tratados da UE pode "abrir uma caixa de Pandora, deixando-nos paralisados por batalhas ideológicas, egocentrismo institucional e demandas especiais de cada Estado-membro".

"Estas são distrações perigosas quando nossas prioridades urgentes são o restabelecimento da estabilidade e o estímulo ao crescimento", acrescentou Clegg, em uma coluna de opinião para o jornal Observer.

Em uma entrevista transmitida no domingo BBC, Cameron disse que ele e seus parceiros pró-europeus do Partido Liberal Democrata compartilham algumas ideias sobre a Europa.

"Nós não concordamos sobre todos os aspectos da política europeia, mas (...) eles estão interessados em um certo reequilíbrio", disse ele.

Clegg disse que suas prioridades são evitar a alteração dos tratados da UE, se possível, forjar alianças com estados economicamente liberais, tanto dentro como fora da zona do euro, e liberar o comércio de serviços dentro da UE.

"Ser empurrado para as margens ou recuar voluntariamente seria um suicídio econômico", disse ele.

"Também nos deixaria sozinhos no mundo em um momento de grande incerteza. Eurocéticos tendem a olhar ansiosamente outro lado do Atlântico, mas os americanos estão interessados em nós, em grande parte, por causa da nossa influência junto aos nossos vizinhos", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEuropaPaíses ricosReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos