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Cinzas ameaçam prolongar o caos aéreo

Londres - Novas emissões de cinzas do vulcão islandês Eyjafjöll ameaçavam nesta terça-feira prolongar o caos aéreo pelo sexto dia consecutivo e frustravam as esperanças de voltar para casa de milhões de viajantes, apesar da reabertura gradual de alguns grandes aeroportos europeus. A crise, que segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) custa 200 […]

Infográfico mostra a situação atualizada das cinzas vulcânicas
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Londres - Novas emissões de cinzas do vulcão islandês Eyjafjöll ameaçavam nesta terça-feira prolongar o caos aéreo pelo sexto dia consecutivo e frustravam as esperanças de voltar para casa de milhões de viajantes, apesar da reabertura gradual de alguns grandes aeroportos europeus.

A crise, que segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) custa 200 milhões de dólares diários às companhias, também afeta o conjunto da economia. O banco britânico RBS calculou em 500 milhões de euros (675 milhões de dólares) as perdas diárias relacionadas à queda da produtividade na União Europeia (UE).

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Após a reabertura gradual dos espaços aéreos de vários países, incluindo França, Bélgica e Itália, a Agência Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol) anunciou que prevê para esta terça-feira a realização de metade dos voos previstos para o continente, ou seja, 14.000 dos entre 27.000 e 28.000 programados habitualmente.

O número representa uma melhora clara em relação à média de 30% registrada nos três dias anteriores.

Mas na Grã-Bretanha, apesar da decolagem de alguns aviões no início da manhã, o espaço aéreo permanecia em grande parte fechado e reinava uma grande incerteza depois que as autoridades anunciaram a chegada de uma nova nuvem de cinzas.

"A erupção vulcânica na Islândia se intensificou e uma nova nuvem de cinzas está se ampliando para o sul e o leste, em direção à Grã-Bretanha", destacou o Serviço de Controle do Tráfego Aéreo Britânico (NATS).

A situação levou a companhia British Airways a cancelar todas as decolagens previstas para esta terça-feira. A empresa informou que espera poder autorizar alguns voos de longa distância nas próximas horas.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, insistiu que a prioridade é a segurança dos passageiros.

"Acredito que todos sabem que quando há cinza vulcânica na atmosfera, isto cria um perigo para os aviões. Todas as recomendações são de que devemos ser absolutamente vigilantes sobre como e quando voamos", disse.


A polícia islandesa, no entanto, minimizou as declarações alarmistas britânicas sobre o aumento da atividade do vulcão Eyjafjöll, ao informar que três crateras ao que parece diferentes seguiam expelindo cinzas nesta terça-feira, mas que "a coluna que se eleva acima do vulcão é menor e mais clara, o que significa que não há muitas cinzas em seu interior".

O Centro de Observação de Cinzas Vulcânicas (VAAC), com sede na cidade francesa de Toulouse, destacou que estas cinzas passarão pelo sul do Mar do Norte, as ilhas britânicas, Dinamarca e Escandinávia e, eventualmente, o extremo norte da França nas próximas 24 horas.

Os aeroportos do norte da França, em particular os parisienses Charles de Gaulle e de Orly, reabriram nesta terça-feira após cinco dias de paralisia total com o objetivo de assegurar 30% dos voos domésticos e internacionais.

O tráfego aéreo também começou a ser lentamente retomado na Bélgica, onde no momento são apenas autorizados os pousos, na Itália e na Suíça.

"Serão necessárias várias horas, inclusive dias, para voltar à normalidade", afirmou o porta-voz da Agência Federal de Aviação Civil (OFAC) da Suíça.

A Alemanha, que também pretendia reabrir o espaço aéreo, prolongou o fechamento até as 18H00 GMT (15H00 de Brasília). A agência federal de segurança aérea (DFS) anunciou que entre 700 e 800 voos receberam autorização especial para operar. A Dinamarca e grande parte da Noruega também permaneciam isoladas.

A situação deve intensificar o pesadelo de milhões de passageiros que continuam retidos pelo mundo - sete milhões segundo uma estimativa do banco RBS -, que em geral pagam um preço alto pela hospedagem.

Depois de seis dias, a crise também chegou a outros setores, como a indústria automobilística: BMW e Nissan anunciaram a suspensão parcial da produção por falta de componentes.

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