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Cidade alemã que proibiu comício turco recebe ameaça de bomba

Após uma ameaça feita por telefone, a sede da prefeitura da cidade de Gaggenau teve que ser evacuada

Sede da prefeitura da cidade de Gaggenau, Alemanha, é evacuada após ameaça de bomba em 03/03/2017 (Staff/Reuters)
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EFE

Publicado em 3 de março de 2017 às 14h08.

Última atualização em 3 de março de 2017 às 14h09.

Berlim - Uma ameaça de bomba obrigou a evacuação na manhã desta sexta-feira da sede da prefeitura da cidade de Gaggenau, na Alemanha , onde as autoridades locais proibiram ontem um comício do ministro da Justiça da Truquia, Bekir Bozdag, em favor da reforma constitucional defendida pelo presidente desse país, Recep Tayyip Erdogan.

Segundo confirmou o prefeito de Gaggenau, Michael Pfeiffer, à emissora "n-tv", a ameaça de bomba veio através de um telefone celular. Em seguida, a polícia foi alertada imediatamente e procedeu com a retirada das pessoas que estavam na sede da prefeitura.

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"Não sabemos quão a sério devemos considerar esta ameaça", acrescentou o prefeito da cidade, que fica no estado federado de Baden-Württemberg, no sul da Alemanha.

Além disso, Pfeiffer detalhou que tudo indica que a ameaça está diretamente relacionada com a proibição do comício.

O prefeito afirmou que a polícia está fazendo buscas no edifício por algum objeto suspeito e que as autoridades estimam que a operação levará várias horas.

Pfeiffer acrescentou que estava consciente de que a proibição poderia "ter consequências nesta direção", mas, em termos gerais, não era esperada "uma reação desta intensidade" que, segundo ele, surpreendeu às autoridades municipais.

A União de Democratas Europeus Turcos (UETD, sigla em inglês), considerada pelos serviços secretos do Ministério do Interior em Baden-Württemberg um braço do partido governamental islamita AKP de Erdogan, tinha alugado um pavilhão nessa cidade supostamente para sediar uma assembleia geral com um máximo previsto de 400 presentes.

O prefeito explicou que após saber através da imprensa e também de informações vindas da Turquia que se tratava de um comício que contaria com a presença do ministro da Justiça turco, passou a entender que seria um evento "de dimensões maiores".

Pfeiffer insistiu que a decisão de proibir o comício não foi política, mas pela falta de espaço diante da previsível grande afluência de pessoas "para ver uma personalidade turca de tanto destaque".

A prefeitura havia informado ontem que, "devido ao evento que despertou interesse para além da região, a cidade conta com uma afluência de público grande, diante da qual o espaço do pavilhão de Bad Rotenfels, os estacionamentos e os acessos são insuficientes".

"Para nós, não era uma situação administrável e por isso cancelamos" o ato, ressaltou Pfeiffer.

Segundo o prefeito, na Alemanha existe liberdade de reunião e opinião, algo que qualificou de "bens supremos", e se mostrou de acordo com aqueles políticos que assinalam que a democracia alemã tem que ser capaz de aceitar que pessoas como o ministro turco também expressem sua opinião no país.

Qualquer decisão política neste sentido, para o prefeito, não é competência local, mas uma tarefa para níveis mais altos.

Após a proibição do comício, o ministro turco, que qualificou de "inaceitável o fato de as autoridades alemãs não tolerarem uma reunião da comunidade turca, quando sempre estão dando lições sobre direitos humanos", cancelou a reunião que tinha previsto manter com seu colega alemão, o social-democrata Heiko Maas.

O ministro da Justiça turco assegurou em Estrasburgo, na França, que cancelaria sua visita à Alemanha e retornaria à Turquia.

Cerca de 3,5 milhões de cidadãos de origem turca vivem na Alemanha, dos quais 1,4 milhão estão habilitados para participar dessa consulta na Turquia.

A proibição do comício acontece em meio a fortes tensões bilaterais após a detenção e o encarceramento do jornalista germânico-turco Deniz Yücel, correspondente na Turquia da publicação alemã "Die Welt".

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