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CIA: Paquistão não foi informado sobre operação

Segundo o diretor da CIA, americanos temiam que o governo paquistanês avisasse Bin Laden sobre a operação

O diretor da CIA, Leon Panetta: sala sem janelas na sede da agência para acompanhar a operação (Tim Sloan/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2011 às 16h16.

Washington - Os Estados Unidos não informaram o Paquistão da operação contra o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, porque podia pôr em risco a missão, afirmou o diretor da CIA, Leon Panetta, em uma entrevista à revista "Time" publicada nesta terça-feira.

Os americanos temiam que os paquistaneses "pudessem alertar os alvos", disse Panetta na primeira entrevista depois da operação na qual morreu o chefe da Al Qaeda.

Durante meses, os EUA consideraram um ataque mais extenso que incluísse a coordenação com outros países, especialmente o Paquistão, mas a CIA descartou a participação de seu aliado porque "qualquer esforço por trabalhar com os paquistaneses poderia ter posto em perigo a missão", disse Panetta.

Outro dos planos considerados pelos EUA consistia em um bombardeio desde aviões B-52 ou um ataque com mísseis cruzeiros, mas estas opções se descartaram pela possibilidade de grandes "efeitos colaterais", ou seja, baixas entre a população civil.

Panetta explicou à "Time" as deliberações durante a última semana entre os altos funcionários nos serviços de inteligência até a chegada das "provas circunstanciais" que confirmaram a presença de Bin Laden na cidade de Abbottabad (norte do Paquistão).

O diretor lembra que alguns especialistas estavam preocupados que a operação repetisse os erros que levaram ao fracasso, em 1980, de uma tentativa de resgate de reféns americanos no Irã, e outros que temiam uma repetição do ocorrido na Somália, em 1993, quando dois helicópteros americanos foram derrubados.

Panetta disse que alguns de seus assessores se questionaram sobre o que ocorreria se um dos helicópteros americanos enviados à missão fosse derrubado e, no meio do incidente, apareciam as forças militares paquistaneses.

Contudo, Panetta chegou à conclusão que havia elementos suficientes para arriscar o início da missão, e na quinta-feira passada houve uma reunião "crucial" na qual o presidente Barack Obama escutou os argumentos de seus assessores.

As provas seguiam sendo incertas sobre a presença de Bin Laden na residência que seria atacada e a decisão ficou nas mãos do presidente.

Uma sala de conferências, sem janelas, no sétimo apartamento da sede da CIA em Langley (Virgínia) se transformou no centro de comando da missão, em comunicação direta com os comandantes no terreno e as unidades de forças especiais da Marinha, SEALS, que executaram a operação.

Entre os presentes se encontrava o general William McRaven, chefe do Comando Conjunto de Forças Especiais, a quem Panetta repetidas vezes lhe perguntou que significavam as mensagens e códigos intercambiados nas comunicações.

"Quando finalmente McRaven disse que tinham identificado 'Gerônimo' - o código atribuído a Bin Laden - todo o mundo conseguiu respirar aliviado", relatou Panetta. Quando os helicópteros levantaram voo do prédio atacado houve um aplauso unânime na sala de Langley.

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Washington - Os Estados Unidos não informaram o Paquistão da operação contra o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, porque podia pôr em risco a missão, afirmou o diretor da CIA, Leon Panetta, em uma entrevista à revista "Time" publicada nesta terça-feira.

Os americanos temiam que os paquistaneses "pudessem alertar os alvos", disse Panetta na primeira entrevista depois da operação na qual morreu o chefe da Al Qaeda.

Durante meses, os EUA consideraram um ataque mais extenso que incluísse a coordenação com outros países, especialmente o Paquistão, mas a CIA descartou a participação de seu aliado porque "qualquer esforço por trabalhar com os paquistaneses poderia ter posto em perigo a missão", disse Panetta.

Outro dos planos considerados pelos EUA consistia em um bombardeio desde aviões B-52 ou um ataque com mísseis cruzeiros, mas estas opções se descartaram pela possibilidade de grandes "efeitos colaterais", ou seja, baixas entre a população civil.

Panetta explicou à "Time" as deliberações durante a última semana entre os altos funcionários nos serviços de inteligência até a chegada das "provas circunstanciais" que confirmaram a presença de Bin Laden na cidade de Abbottabad (norte do Paquistão).

O diretor lembra que alguns especialistas estavam preocupados que a operação repetisse os erros que levaram ao fracasso, em 1980, de uma tentativa de resgate de reféns americanos no Irã, e outros que temiam uma repetição do ocorrido na Somália, em 1993, quando dois helicópteros americanos foram derrubados.

Panetta disse que alguns de seus assessores se questionaram sobre o que ocorreria se um dos helicópteros americanos enviados à missão fosse derrubado e, no meio do incidente, apareciam as forças militares paquistaneses.

Contudo, Panetta chegou à conclusão que havia elementos suficientes para arriscar o início da missão, e na quinta-feira passada houve uma reunião "crucial" na qual o presidente Barack Obama escutou os argumentos de seus assessores.

As provas seguiam sendo incertas sobre a presença de Bin Laden na residência que seria atacada e a decisão ficou nas mãos do presidente.

Uma sala de conferências, sem janelas, no sétimo apartamento da sede da CIA em Langley (Virgínia) se transformou no centro de comando da missão, em comunicação direta com os comandantes no terreno e as unidades de forças especiais da Marinha, SEALS, que executaram a operação.

Entre os presentes se encontrava o general William McRaven, chefe do Comando Conjunto de Forças Especiais, a quem Panetta repetidas vezes lhe perguntou que significavam as mensagens e códigos intercambiados nas comunicações.

"Quando finalmente McRaven disse que tinham identificado 'Gerônimo' - o código atribuído a Bin Laden - todo o mundo conseguiu respirar aliviado", relatou Panetta. Quando os helicópteros levantaram voo do prédio atacado houve um aplauso unânime na sala de Langley.

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