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Chuvas deixam pelo menos 156 mortos no oeste do Japão

As chuvas torrenciais na região oeste do país fizeram com que quase 8,4 mil pessoas abandonassem suas casas nesta terça-feira

Esta é a maior tragédia provocada por chuvas no Japão desde 1982 (Kyodo/Reuters)

Esta é a maior tragédia provocada por chuvas no Japão desde 1982 (Kyodo/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de julho de 2018 às 09h53.

Última atualização em 10 de julho de 2018 às 10h22.

Ao menos 156 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais na região oeste do Japão e as equipes de emergência lutam para encontrar sobreviventes entre os escombros, uma possibilidade cada vez mais remota.

O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, também citou pelo menos 10 pessoas desaparecidas, mas a imprensa informou que o número supera 50.

Esta é a maior tragédia provocada por um fenômeno meteorológico no Japão desde 1982.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que cancelou uma viagem a vários países da Europa e Oriente Médio, viajará na quarta-feira à região afetada, informou Yoshihide Suga.

Quase 8.400 pessoas que abandonaram suas casas permaneciam em refúgios nesta terça-feira, enquanto outras seguiram para as casas de parentes.

"Os 75.000 policiais, bombeiros, soldados das Forças de Autodefesa (nome do exército japonês) e da Guarda Costeira fazem o possível para ajudar os afetados, declarou Suga.

As buscas e trabalhos de limpeza prosseguiam sob um intenso sol, com temperaturas previstas de 35ºC.

Nas atuais circunstâncias os socorristas precisam "de uma grande vigilância" pelo risco de insolação e ondas de calor, assim como pela possibilidade de novos deslizamentos de terra, disse o porta-voz.

As fortes chuvas registradas entre sexta-feira e domingo provocaram grandes inundações, ondas de lama e muitos danos, que deixaram vários moradores bloqueados, apesar das ordens - não obrigatórias - e recomendações para que milhões de pessoas abandonassem suas casas.

No bairro Mabi de Kurashiki, a água começa a diminuir de nível, deixando uma camada de barro.

Se não fosse pela presença de placas em japonês, a cena seria similar a algo visto no Velho Oeste.

Socorristas percorriam as ruas cobertas de destroços arrastados pela corrente, enquanto os moradores começavam a limpar a região.

"Continuamos as buscas em Mabi com oficiais das Forças de Autodefesa, verificamos cada casa para garantir que não há pessoas bloqueadas", afirmou uma fonte do governo regional de Okayama.

"Também oferecemos serviços de banho quente e distribuímos água. Sabemos que é uma batalha contra o tempo e fazemos todos os esforços possíveis", disse.

Na cidade de Kurashiki, de 483.000 habitantes, 8.900 casas estavam sem água corrente, um problema que afeta mais de 200.000 casas no oeste do país.

Nas áreas em que havia construções nas encostas das montanhas, os deslizamentos destruíram completamente as casas e alguns bairros foram completamente tomados pelo barro.

Em 72 horas foram registrados recordes pluviométricos em 118 pontos de observação de 15 municípios.

Mais de 70% do território japonês é formado por montanhas e colinas e muitas casas estão construídas em encostas íngremes ou em planícies suscetíveis a inundações, ou seja, zonas de risco.

Além disso, muitas casas japonesas são de madeira, especialmente as construções mais tradicionais nas zonas rurais.

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