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China rejeitou plano de líder de Hong Kong para conter manifestações

Relatório enviado por Carrie Lam trazia as cinco principais exigências dos manifestantes, que queriam retirar o projeto de lei de extradição

Hong Kong: segundo fontes, a China rejeitou um relatório enviado por HK, que teria como objetivo apaziguar os manifestantes (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Hong Kong: segundo fontes, a China rejeitou um relatório enviado por HK, que teria como objetivo apaziguar os manifestantes (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 10h59.

Hong Kong — No início do segundo semestre, a executiva-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, enviou um relatório ao governo chinês avaliando as cinco principais exigências dos manifestantes e revelou que retirar um projeto de lei de extradição polarizador poderia ajudar a desarmar a crise política crescente no território.

O governo central da China rejeitou a proposta de cancelar o projeto de lei de extradição e ordenou que Lam não cedesse a nenhuma das outras exigências dos manifestantes na ocasião, disseram três fontes com conhecimento direto da questão à Reuters.

O papel da China no direcionamento de como Hong Kong lida com os protestos já era suspeitado por muitos, e justificado por comunicados severos a respeito da soberania do país e dos objetivos "radicais" dos manifestantes na mídia estatal.

A rejeição da China à proposta de Lam para resolver a crise, detalhada pela primeira vez à Reuters, representa indícios concretos da extensão do controle chinês sobre a reação do governo de Hong Kong aos tumultos.

O governo central da China repreendeu os protestos e acusou potências estrangeiras de atiçarem a revolta. O Ministério das Relações Exteriores alertou outras nações a não interferirem em Hong Kong diversas vezes, reiterando que a situação no local é um "assunto interno".

O relatório de Lam sobre os tumultos foi redigido antes de uma reunião sobre Hong Kong em Shenzhen no dia 7 de agosto a cargo de autoridades chinesas de alto escalão, que examinaram a viabilidade das cinco exigências dos manifestantes, e analisou como ceder a algumas delas poderia acalmar os ânimos, disseram os indivíduos com conhecimento direto do tema.

Além da retirada do projeto de lei de extradição, as outras exigências analisadas no relatório foram: um inquérito independente sobre os protestos; eleições totalmente democráticas; o fim do termo "rebelião" na descrição dos protestos; e o fim das acusações apresentadas contra as pessoas que já foram presas.

A retirada do projeto de lei e um inquérito independente foram vistos como os mais viáveis politicamente, de acordo com uma autoridade governamental graduada de Hong Kong, que pediu anonimato para falar. Ele disse que a medida foi vista como uma forma de ajudar a pacificar alguns dos manifestantes mais moderados que se revoltaram com o silêncio de Carrie.

Ela disse que o projeto de lei está "morto", mas se recusou a dizer explicitamente que ele foi "retirado".

Outro dos três indivíduos afirmou que "eles disseram 'não' a todas as cinco exigências. A situação é muito mais complicada do que a maioria das pessoas percebe".

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