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China prepara medidas contra avalanche de imigrantes estrangeiros

País iniciou uma série de medidas para administrar a avalanche de estrangeiros, muitos deles ocidentais, que fogem da crise global atraídos pelo avanço de sua economia

Movimento de pessoas em Pequim: até o final do século, a população mundial deve passar de 10 bilhões (Gideon Mendel/Corbis/Latin Stock)

Movimento de pessoas em Pequim: até o final do século, a população mundial deve passar de 10 bilhões (Gideon Mendel/Corbis/Latin Stock)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2011 às 09h39.

Pequim - A China iniciou uma série de medidas para administrar a avalanche de estrangeiros, muitos deles ocidentais, que fogem da crise global atraídos pelo avanço de sua economia.

Um jovem arquiteto espanhol que trabalha em um estúdio de estrangeiros em Pequim afirma à Agência Efe que está ganhando com a mudança cerca de 700 euros mensais, o que é comum em seu setor no país asiático. A quantia é apenas suficiente para sobreviver em Pequim, mas é melhor que enfrentar o desemprego na Espanha.

Mary, uma jovem americana mestre em Administração de Empresas, se diz surpresa porque as multinacionais já não aceitam nenhum diretor que não fale chinês, "querem que se entendam com o pessoal", afirma.

A concorrência desta jovem não é pequena no país mais povoado do mundo, com 1,34 bilhões de pessoas, e com um número cada vez maior de profissionais preparados nas melhores universidades do mundo que dominam, além de sua própria língua, muitos outros idiomas.

Milhares de estrangeiros chegaram à China nos últimos anos fugindo da crise e atraídos pelos números que indicam o país como a segunda economia mundial.

Mas o país tem muitos problemas internos para abrigar a todos, com 100 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, segundo o critério da Organização das Nações Unidas, e mais de 100 mil protestos por motivos trabalhistas ou econômicos ao ano.

Neste contexto, os analistas não se surpreendem que o legislativo chinês tenha começado na segunda-feira a redigir um documento para expulsar e deportar os estrangeiros que permanecem ou trabalham de forma ilegal em seu território, algo impensável durante o maoismo, quando a China tinha suas fronteiras tão fechadas como as norte-coreanas.

A medida confirma que Pequim não vai cuidar dos emigrantes que fogem do colapso ocidental. A minuta da primeira lei sobre estrangeiros na China, considera que "os qualificados", ou aqueles que realizam "contribuições destacadas ao desenvolvimento econômico ou social do país" poderão ter residência permanente, enquanto os ilegais serão detidos e deportados.


O vice-ministro de Segurança Pública, Yang Huanning, citado pela agência estatal "Xinhua", afirmou que "um grande número de estrangeiros não se encontram em posse de seus documentos legais".

Por este motivo, a Polícia pediu "apoio legal" para realizar investigações, cobrar multas de entre 5 e 20 mil iuanes (entre US$ 790 e US$ 3.160) e aplicar detenções de até 15 dias aos infratores, que não poderão retornar à China durante cinco anos.

Os estrangeiros entram no país como turistas, em viagem de negócios, como estudantes e imigrantes econômicos. Segundo dados de 2009 do Escritório de Segurança Pública, na China vivem meio milhão de estrangeiros, e o número de visitas anuais cresceu 10% até os 52 milhões em 2010.

Em Xangai, o epicentro financeiro da China e segunda cidade em número de residentes expatriados, atrás apenas de Pequim, 27,3% dos 104.300 que vivem em seu solo chegaram buscando trabalho, um fenômeno crescente há três anos.

Segundo uma pesquisa, os estrangeiros que chegam a xangai ficam uma média de 21 meses na cidade, e a lista das permanências mais longas é liderada por sul-coreanos, malaios, cingapurenses, britânicos, franceses, alemães e canadenses.

Há apenas uma década, os estrangeiros que trabalhavam para multinacionais na China ganhavam grandes salários escorados em grandes bônus e ajudas para imóveis de luxo, escolas internacionais para os filhos e outros benefícios.

Com exceção dos empreendedores e dos professores de inglês, as exigências são muito altas para que tenham espírito de empregado.

A imprensa local cita exemplos de forasteiros desafortunados, como o italiano Piero Marzullo, de 23 anos, que após se licenciar em língua chinesa e estudar dois anos a mais em Pequim e Xangai, está há dois meses em uma busca infrutífera de emprego como tradutor: "Duvido que falar chinês seja suficiente", afirma.

De acordo com empresas de contratação de estrangeiros, como FESCO Adecco, os escolhidos são aqueles com mais de dois anos de experiência em seu setor, e embora o domínio do chinês não seja fundamental, é solicitada a capacidade de ler documentos trabalhistas.

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