Avião da Força Aérea de Taiwan é observado por civis em manobra feita nesta quinta-feira ((Photo by Yasuyoshi CHIBA / AFP)/AFP)
Redação Exame
Publicado em 23 de maio de 2024 às 06h57.
A China deu início nesta quinta-feira a uma série de exercícios militares próximos a Taiwan, aumentando a tensão na região. Os treinamentos devem durar dois dias.
Pequim disse que a ação é uma "punição" pelos chamados "atos separatistas", dias depois que a ilha empossou um novo líder democraticamente eleito que pediu à China que cessasse suas táticas de intimidação.
Os exercícios representam o primeiro teste real para o recém-eleito Lai Ching-te em sua tentativa de administrar as relações com o poderoso vizinho. Lai é tido pelas autoridades chinesas como "separatista perigoso" por defender a soberania da ilha. Ele sucedeu a presidente Tsai Ing-wen, que ficou no poder por oito anos, num terceiro mandato consecutivo inédito do Partido Democrático Progressista, legenda que busca fortalecer a identidade de Taiwan frente às pressões chinesas.
Como parte dos exercícios, dezenas de caças chineses com munição real realizaram ataques simulados contra "alvos militares de alto valor do "inimigo" ao lado de destróieres, fragatas e lanchas com mísseis, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV.
Os exercícios estão sendo realizados no Estreito de Taiwan e também em áreas ao redor das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin, localizadas ao largo da costa sudeste da China.
O Partido Comunista da China afirma que Taiwan faz parte de seu território, apesar de nunca tê-lo controlado, e prometeu tomar a ilha pela força se necessário.
O porta-voz do comando das operações chamou os exercícios de "uma forte punição aos atos separatistas das forças de independência de Taiwan e um sério aviso contra a interferência e a provocação de forças externas".
O Ministério da Defesa de Taiwan condenou os exercícios da China como "provocações que prejudicam a paz e a estabilidade regionais".