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China fala em 'muralha de fogo' para barrar dólar

Ameaça é resposta a decisão do governo americano de injetar US$ 600 bilhões na economia

Presidente Hu Jintao: Para chineses, estratégia de Obama resume-se à "impressão desenfreada de dinheiro" (AFP Kota Kyogoku/EXAME.com)

Presidente Hu Jintao: Para chineses, estratégia de Obama resume-se à "impressão desenfreada de dinheiro" (AFP Kota Kyogoku/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2010 às 08h05.

São Paulo - O governo da China deve erguer uma “muralha de fogo” para evitar a entrada de capital especulativo na China, em resposta à decisão do governo americano de injetar US$ 600 bilhões na economia, afirmou ontem Xia Bin, integrante do Comitê de Política Monetária do banco central.

Classificando a estratégia de expansão monetária americana de “impressão desenfreada de dinheiro”, Xia sugeriu durante seminário em Pequim que a China apresente na cúpula do G-20, em Seul, propostas que levem à estabilização das principais moedas.

A China tem controle de capitais e está mais bem preparada que outros emergentes para fechar as portas a recursos externos no país. Ainda assim, uma série de artifícios permite que as restrições sejam parcialmente contornadas, o que amplia a quantidade de capital estrangeiro no mercado local e dificulta o trabalho das autoridades monetárias de evitar a valorização do yuan em relação ao dólar.

Investigação realizada pelo organismo chinês responsável pela gestão do câmbio revelou a existência de 197 operações fraudulentas, que permitiram a entrada irregular de US$ 7,34 bilhões no país de janeiro a setembro de 2010 - o valor equivale ao total que o Brasil recebeu só no mês de outubro.

O forte fluxo de capital levou ao aumento recorde de US$ 194 bilhões nas reservas internacionais chinesas no terceiro trimestre, o que elevou o total a US$ 2,65 trilhões. Parte dessa expansão foi provocada por capitais especulativos, já que o superávit comercial no período foi de US$ 66 bilhões e os investimentos estrangeiros ficaram em US$ 23 bilhões. Também houve contribuição de efeitos contábeis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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