Wang Yi: O chefe da diplomacia chinesa chamou a oferta de "sensata e razoável" (Lucas Jackson/Reuters)
AFP
Publicado em 28 de abril de 2017 às 11h58.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, defendeu nesta sexta-feira na ONU o diálogo com a Coreia do Norte como "a única opção correta" para tentar resolver a crise com Pyongyang por seus programas nucleares e balísticos.
"Resolver de maneira pacífica a questão nuclear da península coreana por meio do diálogo e de negociações representa a única opção correta, realista e viável", afirmou o ministro das Relações Exteriores chinês antes de uma reunião do Conselho de Segurança sobre a Coreia do Norte e presidida pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson.
Wang Yi defendeu a necessidade da "desnuclearização da península e a manutenção do regime internacional de não-proliferação nuclear", a fim "de evitar o caos" na região.
Falando através de uma tradutora, o ministro chinês voltou a apresentar a proposta de Pequim de congelar os programas militares nuclear e balístico da Coreia do Norte, aliada da China, em troca do fim dos exercícios militares entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, ligados por um tratado de aliança.
O chefe da diplomacia chinesa chamou esta oferta de "sensata e razoável".
Ele também pediu a retomada das negociações a Seis entre a Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Rússia, Estados Unidos e China. O diálogo durou de 2003 a 2009, sem sucesso.
Nesta sexta-feira, durante a reunião ministerial dos 15 membros do Conselho de Segurança, o americano Tillerson vai pressionar sobre a Coreia do Norte e seus programas militares e pedirá à China que controle melhor o seu aliado comunista.
Após a reunião, Tillerson vai se encontrar frente a frente com Wang Yi.
Sinal da urgência da questão para os Estados Unidos, cujos territórios como o Havaí ou a costa noroeste poderiam estar ao alcance dos mísseis norte-coreanos, Tillerson declarou nesta sexta-feira de manhã ma rádio pública americana que seu país não excluía um diálogo direto com o regime do líder Kim Jong-Un.
O regime comunista multiplicou nos últimos anos seus lançamentos de mísseis balísticos e realizou cinco testes nucleares subterrâneos, incluindo dois em 2016.
Estes programas militares valeram ao país uma série de resoluções e sanções internacionais da ONU. De acordo com especialistas, essas medidas punitivas, no entanto, tiveram pouco impacto sobre Pyongyang.