Mundo

China detém homem por disseminar pânico no WeChat, diz mídia

Medida faz parte da campanha mais ampla do governo para reprimir a disseminação de rumores e materiais obscenos na Internet e conter comentários políticos


	WeChat: app era visto pelos usuários como um refúgio relativamente seguro contra a censura do governo
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

WeChat: app era visto pelos usuários como um refúgio relativamente seguro contra a censura do governo (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 14h45.

Pequim - As autoridades chinesas prenderam uma pessoa pela primeira vez por disseminar pânico pelo aplicativo de mensagens WeChat, disse a mídia estatal nesta sexta-feira, horas após a China impor novas regras sobre ferramentas de mensagens instantâneas.

A medida faz parte da campanha mais ampla do governo para reprimir a disseminação de rumores e materiais obscenos na Internet e também para conter comentários políticos da mídia que não foram aprovados pelo Estado.

O homem foi detido na quinta-feira após escrever no WeChat que três pessoas carregando explosivos haviam sido mortas a tiros pela polícia do lado de fora de um hospital na província de Jiangsu, disse um jornal subsidiário da agência oficial de notícias Xinhua.

A política investigou a informação e descobriu que não era verdadeira, disse a agência estatal, acrescento que o homem confessou que espalhou a informação para tentar ganhar atenção e dar um impulso ao seu negócio de comércio eletrônico.

Não ficaram claras quais sanções ele pode sofrer. O WeChat é um aplicativo de mensagens móveis imensamente popular da Tencent Holdings, que já teve dezenas de contas de colunistas muito lidas fechadas nos últimos meses como parte da repressão do governo à Internet. 

Na quinta-feira, a China impôs novas regulações sobre provedores de serviços de mensagens instantâneas e contas que podem enviar mensagens em massa ao seus seguidores, normalmente usados por companhias e pela mídia. As novas regras exigem que contas públicas que desejam publicar ou republicar notícias políticas busquem aprovação prévia.

WeChat era visto pelos usuários como um refúgio relativamente seguro contra a censura do governo comparado com outras plataformas mais públicas, como microblogs similares ao Twitter, incluindo Weibo.

Ao contrário do Weibo, WeChat é usado principalmente para enviar mensagens a outros indivíduos ou pequenos grupos, em vez de grandes audiências. Mas a ascensão do WeChat, que tinha cerca de 400 milhões de usuários ativos mensais no fim de março, atraiu a atenção do governo, e com isso uma maior regulamentação.

Acompanhe tudo sobre:AppsÁsiaCensuraChinaComunicação

Mais de Mundo

Apagão cibernético: Governos descartam suspeitas de ataques hacker e mantêm contatos com Microsoft

Apagão cibernético já gerou cancelamento de quase 1.400 mil voos pelo mundo; veja situação por país

António Guterres se diz "decepcionado" após Parlamento de Israel votar contra Estado palestino

Parlamento de Israel votou contra criação de Estado palestino por considerar 'ameaça existencial'

Mais na Exame