Mundo

China denuncia "objetivo político" em aproximação de Taiwan e EUA

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, manifestou o mal-estar de Pequim com a aproximação entre os dois líderes

Tsai Ing-wen: "As pessoas relevantes de Taiwan sempre realizam esses truques (REUTERS/Damir Sagolj/Reuters)

Tsai Ing-wen: "As pessoas relevantes de Taiwan sempre realizam esses truques (REUTERS/Damir Sagolj/Reuters)

E

EFE

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 11h28.

Pequim - O governo da China afirmou nesta quarta-feira que há um "objetivo político posterior" na escala que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, realizará nos Estados Unidos no próximo mês, a caminho de uma turnê pela América Latina.

Depois da ligação de Tsai ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na última sexta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, manifestou em entrevista coletiva o mal-estar de Pequim com a aproximação entre os dois líderes.

Apesar de ainda não haver confirmação oficial, a imprensa de Taiwan afirmou ontem que Tsai visitará a América Latina em janeiro para comparecer à posse do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, visitando depois Guatemala e El Salvador. Antes da turnê, porém, o voo faria uma escala em território norte-americano.

"As pessoas relevantes de Taiwan sempre realizam esses truques, assim como a chamada 'diplomacia de passagem'. É óbvio para todos que há um objetivo político posterior", afirmou Lu, que se negou a responder se a China pediu aos EUA para cancelar a escala.

"Nossa posição é muito clara: só há uma China. E o governo da República Popular da China é o único legítimo para representar o país. Isso é um consenso da comunidade internacional", explicou o porta-voz da diplomacia de Pequim.

Lu afirmou que manter o princípio de "uma só China" é uma pré-condição política "necessária e importante" para que outros países desenvolvam relações com Pequim.

A turnê latino-americana de Tsai ocorre em um momento de tensão nas relações entre China e Taiwan, que já vinham se deteriorando nos últimos meses. A ligação da presidente da ilha para Trump, para parabenizá-lo pela eleição, foi um novo episódio do conflito.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)PolíticaTaiwan

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua