Mulher com máscara na província de Hebei, na China: a lenta imunização ameaça minar a vantagem conseguida ao controlar o coronavírus de maneira eficaz (Oriental Image via Reuters Connect/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 5 de abril de 2021 às 15h57.
Última atualização em 5 de abril de 2021 às 21h33.
A China acelera a campanha de vacinação contra a covid-19 com o objetivo de ser duas vezes mais rápida que os Estados Unidos. O país asiático agora pressiona membros do Partido Comunista, funcionários de bancos e de universidades a tomar vacina, pois a lenta imunização ameaça minar a vantagem conseguida ao controlar o coronavírus de maneira eficaz.
A campanha de imunização foi intensificada significativamente nas últimas semanas, e a China agora administrou uma média de 5 milhões de doses por dia em relação a menos de 1 milhão no início do ano. Embora seja um aumento significativo, isso se traduz em cinco doses para cada 100 pessoas, em comparação com 25 nos EUA e 56 em Israel, de acordo com o rastreador de vacinas da Bloomberg.
Como outros países da região Ásia-Pacífico que conseguiram controlar o coronavírus, a China enfrenta obstáculos significativos em sua campanha de vacinação, já que as pessoas não veem a mesma necessidade urgente de se vacinar como em países que ainda lutam contra a covid-19.
No entanto, a perspectiva de outros países — especialmente rivais geopolíticos como os Estados Unidos — alcançarem imunidade coletiva e reabrirem suas economias e fronteiras mais cedo fortalece a determinação de acelerar as vacinações na China.
“Será um desafio para o sucesso da resposta da covid da China se países desenvolvidos estiverem reabrindo enquanto a China ainda tenta impedir a chegada do vírus”, disse Yanzhong Huang, diretor do Centro de Estudos de Saúde Global da Universidade Seton Hall, em Nova Jersey.
O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China elevou a meta de vacinação no início deste mês, e agora visa imunizar até 560 milhões de pessoas, ou 40% da população, até o final de junho.
Isso significa que a China precisará administrar cerca de 460 milhões de doses nos próximos três meses — mais do dobro da meta declarada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para aproximadamente o mesmo período.
-- Com a colaboração de Jun Luo