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Chile condena ex-militares por queimarem jovens durante a ditadura

O Caso Quemados foi um dos mais emblemáticos dos últimos anos da ditadura Pinochet

Membros da Associação de Familiares de Presos Executados protestam contra Manuel Contreras, chefe da polícia da ditadura de Augusto Pinochet (Claudio Reyes/AFP)

Membros da Associação de Familiares de Presos Executados protestam contra Manuel Contreras, chefe da polícia da ditadura de Augusto Pinochet (Claudio Reyes/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 7 de janeiro de 2024 às 09h25.

O mais alto tribunal de justiça do Chile condenou na noite desta sexta-feira (05) quatro soldados reformados a 20 anos de prisão pelo emblemático Caso Quemados, ocorrido em 1986, durante a ditadura de Augusto Pinochet. 

Os fatos remontam a 2 de julho de 1986, em Santiago, durante um dia de protesto nacional, quando uma patrulha militar prendeu, agrediu, encharcou com combustível e queimou os jovens Carmen Gloria Quintana e Rodrigo Rojas de Negri.

Carmen Gloria, então uma universitária de 18 anos, sobreviveu às queimaduras, enquanto o fotógrafo Rojas de Negri, que tinha 19 anos, morreu quatro dias depois.

A Suprema Corte condenou a 20 anos de prisão os oficiais reformados do Exército Pedro Fernández Dittus, Julio Castañer González, Iván Figueroa Canobra e Nelson Medina Gálvez. Também houve penas menores para quatro ex-recrutas, acusados de terem sido cúmplices, e outros dois ex-militares, por acobertamento.

O Caso Quemados foi um dos mais emblemáticos dos últimos anos da ditadura Pinochet (1973-1990), que deixou mais de 3.200 vítimas, entre assassinados e desaparecidos.

A sentença “põe fim a um processo longo, muito tortuoso, onde era necessário contestar uma tese oficial criada pelo próprio ditador, de que os próprios jovens se queimaram, porque carregavam bombas incendiárias em suas roupas”, declarou o advogado de Carmen Glória, Nelson Caucoto, citado pela rádio Cooperativa.

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