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Chegada do furacão Matthew provoca fuga de haitianos

A população que mora em barracões no litoral do Haiti correu para se abrigar da maior tempestade caribenha em nove anos, o furacão Matthew

Furacão Matthew: dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em barracas desde o terremoto de 2010 no Haiti (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2016 às 08h46.

Les Cayes - A população que mora em barracões no litoral do Haiti correu para se abrigar da maior tempestade caribenha em nove anos, o furacão Matthew, que se aproximou do sudoeste elevando as águas e provocando vento e chuva nas cidades costeiras.

O Matthew, uma tempestade violenta de categoria 4, com ventos que chegam a 230 quilômetros por hora, deve atingir a ponta ocidental do Haiti no início desta terça-feira, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

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No Haiti, dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em barracas desde o terremoto de 2010, que matou mais de 200 mil pessoas.

"Chuva, vento e elevação das águas com risco de morte" começaram a se espalhar por partes do país à medida que o Matthew se acercava, disse o centro em um alerta emitido às 6h (horário de Brasília) desta terça-feira.

As faixas externas do fenômeno já haviam alcançado a área no final da segunda-feira, inundando dezenas de residências na cidade de Les Anglais, disse o prefeito local. Na cidade de Les Cayes, no litoral sul, o vento derrubou árvores e cortou suprimento de energia elétrica.

"Temos rajadas de vento atingindo toda a área e as pessoas fugiram para um abrigo", disse o prefeito de Les Anglais, Jean-Claude Despierre. Em Tiburon, outra cidade próxima, o prefeito disse que as pessoas que vinham relutando em deixar suas casas também fugiram quando o mar subiu.

"Todo mundo está tentando encontrar um lugar seguro para se proteger, a situação é muito difícil", disse o prefeito Remiza Denize, descrevendo grandes ondas que assolaram a cidade.

A previsão é que a tempestade desencadeie ventos dignos de um furacão e até noventa centímetros de chuva através de colinas planas sujeitas a inundações relâmpago e deslizamentos de terra, ameaçando vilarejos e favelas na capital Porto Príncipe.

"Este é o subúrbio mais vulnerável da área. Aqui as pessoas estão se preparando, sabemos que o furacão está chegando", disse Afou, voluntário de um abrigo infantil feito de placas de estanho na praia repleta de lixo da favela Cité Soleil, na capital.

Mais tarde, autoridades de defesa civil informaram que 130 crianças foram retiradas de ônibus de outro orfanato da favela e levadas para uma escola de segundo grau de Porto Príncipe.

O prefeito de Cité Soleil, Frederic Hislain, disse que 150 mil pessoas cujas casas estão ameaçadas precisam ser levadas de ônibus para locais mais seguros, mas aceitou que muitas delas não querem partir. Haitianos pobres muitas vezes relutam em abandonar seus lares durante tempestades por medo de que seus pertences sejam roubados.

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