Forças de segurança do Afeganistão: aparato de segurança afegão praticamente assumiu a luta contra o Taliban neste ano (Omar Sobhani/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2014 às 11h08.
Cabul - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, reafirmou nesta quinta-feira o comprometimendo da aliança militar com a manutenção dos ganhos obtidos no Afeganistão e a estabilização do país além de 2014, quando a missão de combate chega ao fim.
O aparato de segurança afegão praticamente assumiu a luta contra o Taliban neste ano, em seu primeiro teste real desde que os militantes islâmicos foram expulsos do poder por forças lideradas pelos Estados Unidos em 2001.
As forças do governo comandam cidades grandes e pequenas, e a maior parte dos centros distritais também, mas as baixas na polícia e no Exército foram descritas como “insustentáveis”, e o Taliban reconquistou territórios em províncias estratégicas, onde retomaram o controle do governo.
“Muito foi sacrificado ao longo dos anos para dar ao Afeganistão uma chance de ser bem-sucedido”, disse Stoltenberg às tropas no Campo Morehead, na província de Wardak, onde forças especiais dos EUA vêm treinando seus colegas afegãos para que estes os substituam.
“Não podemos e não iremos permitir que estes ganhos se percam”, afirmou, de acordo com um comunicado da Otan.
Mais de 4.600 soldados afegãos foram mortos na guerra contra o Taliban neste ano, um aumento de 6,5 por cento em relação ao ano passado.
Enfatizando a violência crescente, autoridades da província de Paktia, no leste do país, acusaram o Taliban de executar oito civis. Os militantes assumiram a responsabilidade, dizendo que os homens mortos a tiros eram membros das forças de segurança.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, declarou em uma coletiva de imprensa conjunta com Stoltenberg que o investimento da Otan no aparato de segurança de 350 mil homens do país foi um sucesso e que espera poder trabalhar com a entidade. “Depois de 31 de dezembro de 2014, só forças afegãs serão responsáveis pelo uso de armas, mas isso não significa um fim na cooperação com a Otan, mas o início de um novo processo”, disse.