Para Borrell, o presidente Putin "garante que não está mentindo. E não pode se dar ao luxo de blefar agora (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 16h15.
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, alertou nesta quinta-feira, 13, a Rússia que suas tropas seriam "aniquiladas" pela resposta ocidental caso o presidente russo, Vladimir Putin, cumpra com sua ameaça de usar armas nucleares na Ucrânia.
"Qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai gerar uma resposta; não será uma resposta nuclear, mas será tão forte do ponto de vista militar que o exército russo ficará aniquilado", disse o líder espanhol.
Para Borrell, o presidente Putin "garante que não está mentindo. E não pode se dar ao luxo de blefar agora".
É preciso deixar claro, acrescentou, que "aqueles que apoiam a Ucrânia — a UE e seus Estados-membros, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) — também não estão blefando".
Depois que o governo russo decidiu anexar quatro territórios da Ucrânia, Putin alertou que a Rússia terá o direito de usar todos os recursos à sua disposição para se defender, em uma clara referência às armas atômicas.
Nesta quinta-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Soltenberg, alertou que tal cenário, mesmo que com o uso de armas atômicas pequenas, teria "graves consequências".
"A Rússia sabe disso. Não vou entrar em detalhes sobre a nossa resposta agora, mas claramente isso mudaria de maneira fundamental a natureza do conflito", disse Stoltenberg na sede da Otan.
A aliança militar, disse o líder norueguês, "não faz parte do conflito" embora apoie a Ucrânia.
Stoltenberg reiterou que a Otan não percebeu nenhum "sinal de que a Rússia mudou sua postura nuclear, mas a vigiamos 24 horas por dia, sete dias por semana".
O chefe da Otan acrescentou que "temos informações muito boas da inteligência" e acrescentou que "vigiamos as instalações nucleares da Rússia durante décadas".
Formalmente, a Otan ainda não ameaçou usar seu arsenal nuclear para responder à Rússia, já que a Ucrânia não é membro da aliança militar e, portanto, não está coberta por sua cláusula de autodefesa.
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