Manifestante usa um megafone durante um protesto contra o governo de Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2014 às 16h38.
Santiago - Os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) vão defender o diálogo como saída para a violência que atinge atualmente a Venezuela, mas condenarão ações contra o governo legitimamente constituído, disse nesta quarta-feira o chefe da diplomacia chilena.
Os ministros das Relações Exteriores do bloco se reunirão em Santiago mais tarde nesta quarta para escutar o chanceler venezuelano, Elías Jaua, e emitir uma declaração conjunta sobre as tensões que já deixaram ao menos 22 mortos e centenas de feridos nas últimas semanas.
"Vamos nos colocar a favor da proteção, da promoção dos direitos humanos, mas ao mesmo tempo não podemos aceitar mobilizações violentas que buscam derrotar um governo legitimamente constituído ", disse aos jornalistas o recém empossado chanceler chileno, Heraldo Muñoz.
O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusa a oposição de semear o caos para derrotá-lo com o apoio dos Estados Unidos e de seus aliados na região.
"O que se tem que buscar é o acordo, é o consenso, é um clima de entendimento na Venezuela, e essa é a disposição com a qual vamos à reunião", acrescentou.
A presidenta Dilma Rousseff disse na terça-feira, em viagem ao Chile para a cerimônia de posse da presidente chilena, Michelle Bachelet, que a Unasul deve criar uma comissão para trabalhar como interlocutora e solucionar a crise venezuelana.
O encontro de chanceleres foi decidido após o fracasso da tentativa de Caracas de convocar uma reunião extraordinária de chefes de Estado da Unasul.
Maduro recentemente rechaçou qualquer mediação da Organização de Estados Americanos (OEA) e cortou relações com o Panamá por solicitar uma reunião desta instância para debater a situação.
A Venezuela está fortemente polarizada entre aqueles que defendem o legado socialista do falecido presidente Hugo Chávez e os que dizem que ele e seu herdeiro Maduro roubaram a riqueza do país e afundaram a economia.
A nação rica em petróleo tem uma inflação de 56 por cento ao ano, sofre uma escassez de produtos básicos e enfrenta índices de violência alarmantes.