Mundo

Chanceler turco chama Israel de "Estado terrorista"

Erdogan criticou países ocidentais por observar impassíveis a morte de crianças e mulheres no território controlado pelo grupo fundamentalista Hamas


	Erdogan: Erdogan criticou abertamente a suposta falta de ação da ONU para poder dar fim à ofensiva israelense
 (Elvis Barukcic/AFP)

Erdogan: Erdogan criticou abertamente a suposta falta de ação da ONU para poder dar fim à ofensiva israelense (Elvis Barukcic/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 16h03.

Ancara - O primeiro-ministro turco, o islamita moderado Recep Tayyip Erdogan, criticou nesta segunda-feira Israel ao qualificar o país como "estado terrorista" por sua atual ofensiva contra a faixa palestina de Gaza.

A declaração do líder turco, durante um discurso em uma reunião do conselho islâmico euroasiático em Istambul, acontece um dia antes do ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, visitar Gaza, segundo informaram hoje fontes diplomáticas à imprensa turca.

Segundo as informações, publicadas pelo jornal "Hurriyet", a visita de Davutoglu, forte aliado de Erdogan, acontecerá em meio à iniciativa da Liga Árabe de mostrar apoio à população de Gaza.

Erdogan criticou países ocidentais por observar impassíveis a morte de crianças e mulheres no território controlado pelo grupo fundamentalista Hamas.

"Aqueles que associam o islã ao terrorismo fecham seus olhos perante o assassinato em massa de muçulmanos, e de crianças em Gaza", manifestou o líder turco.

"Por isso, digo que Israel é um estado terrorista e seus atos são terroristas", concluiu o primeiro-ministro, cujo país manteve durante anos relações estratégicas com o Estado judeu.

Além disso, Erdogan criticou abertamente a suposta falta de ação da ONU para poder dar fim à ofensiva israelense.

"Se me perguntam o quanto confio nas Nações Unidas, (digo que) não confio nada", manifestou o primeiro-ministro turco.


As relações entre Turquia e Israel, que durante anos foram muito estreitas, se esfriaram "de fato" após o violento ataque israelense da chamada "flotilha da Liberdade" a Gaza, em 2010, no qual morreram oito cidadãos turcos e um turco-americano ao serem recebidos com pancadas em uma das embarcações.

O exército turco usou durante anos tecnologia e armamento israelense para combater os guerrilheiros do clandestino Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

A ofensiva israelense "Pilar Defensivo" contra Gaza, que completa hoje seu sexto dia, causou a morte a pelo menos 97 palestinos e deixou outros 900 feridos.

Na quarta-feira passada, o exército israelense matou, em um ataque aéreo, Ahmed Abu Jalal, um dos líderes das Brigadas de Izz al Din Al Qassim, braço armado do Hamas.

Desde então, Israel fez mais de 1.350 ataques contra alvos na faixa, segundo seus dados, enquanto as milícias palestinas lançaram mais de 900 foguetes contra Israel. 

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseIsraelPalestina

Mais de Mundo

Trump diz que quer ser 'presidente de todos' e detalha tiro que levou em 1º discurso após atentado

Trump fará 1º comício após ataque neste sábado, em condado decisivo para a eleição

Eleições nos EUA: Trump discursa na Convenção Republicana nesta quinta; assista ao vivo

Eleições nos EUA: Quem são e o que pensam os eleitores republicanos?

Mais na Exame