Manifestante com a bandeira nacional turca: o presidente da Turquia, Abdullah Gül, aceitou se reunir nesta segunda-feira com Kemal Kiliçdaroglu, dirigente do opositor Partido Republicano do Povo (CHP), que apoia os protestos. (Umit Bektas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 14h31.
Ancara - A Confederação de Sindicatos de Trabalhadores Públicos (KESK), que tem mais de 200 mil filiados e é uma das quatro principais organizações trabalhistas da Turquia, convocou uma greve de dois dias a partir de amanhã devido à violência extrema por parte da polícia na repressão aos manifestantes.
O secretário-geral da KESK, Ismail Hakki Tombul, confirmou à Agência Efe os dois dias de greve a partir de amanhã e disse que solicitou que outros sindicatos que se unam aos protestos.
"Há sete dias o povo está nas ruas, e os sindicatos também devem exercer o seu papel nesta luta", afirmou.
A "greve de advertência" anunciada pelo sindicato em comunicado foi convocada pelo "estado de terror que causado nos protestos" nos últimos dias.
O presidente da Turquia, Abdullah Gül, aceitou se reunir nesta segunda-feira com Kemal Kiliçdaroglu, dirigente do opositor Partido Republicano do Povo (CHP), que apoia os protestos, informou a rede "NTV".
O pedido veio em um momento crítico, horas depois de o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, deixar o país para uma visita oficial ao Marrocos e à Tunísia, que durará quatro dias.
Momentos após a saída de Erdogan, Gül reiterou seu apelo ao respeito à diversidade de opiniões.
"É preciso respeitar todos e cumprir as regras. Democracia não são só as eleições; entendemos a mensagem", disse o presidente, em um chamativo contraste ao discurso do primeiro-ministro, que pouco antes tinha qualificado os protestos como "surtos extremistas" e acusou o CHP de os incentivar.
"Vivemos em uma sociedade aberta, e é preciso respeitar todas as opiniões, visões e ideias políticas diferentes", disse Gül, ressaltando o papel do Poder Judiciário como órgão decisório supremo.