Casa Branca não apoiará referendo que Putin promove no leste da Ucrânia

Washington - A Casa Branca garantiu nesta sexta-feira que "não está considerando apoiar" um referendo no leste da Ucrânia, uma ideia que o presidente da Rússia, Vladimir Putin , propôs ao chefe de Estado dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a cúpula que ambos mantiveram na segunda-feira em Helsinque, na Finlândia.

"O governo (de Trump) não está considerando apoiar um referendo no leste da Ucrânia", disse à Agência Efe o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis.

"É preciso seguir os acordos de Minsk para resolver o conflito no Donbass (região ocupada por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia ), e estes acordos não incluem nenhuma opção de referendo", ressaltou o porta-voz.

Marquis acrescentou que, além disso, "organizar um suposto referendo em uma parte da Ucrânia que não está sob controle do governo (ucraniano) é algo que não teria legitimidade".

Segundo afirmou hoje o embaixador russo em Washington, Anatoli Antonov, Putin falou com Trump na segunda-feira sobre a possibilidade de realizar um referendo para resolver o conflito no leste da Ucrânia.

"Este problema foi discutido, foram formuladas propostas concretas para revolver este assunto", disse Antonov em Moscou.

O diplomata russo acusou as autoridades ucranianas de descumprirem os acordos de Minsk para solucionar o conflito armado, que já deixou mais de 10 mil mortos entre civis e combatentes nas regiões orientais ucranianas de Donetsk e Lugansk, ambas fronteiriças com a Rússia.

A proposta russa de um referendo teria sido mal recebida pelo governo ucraniano, que acusa Moscou de apoiar militar e financeiramente os separatistas pró-Rússia das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

Esta é a segunda proposta formulada por Putin durante a cúpula de Helsinque que a Casa Branca rejeita publicamente.

Ontem, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, garantiu que Trump "não está de acordo" com a sugestão de Putin de permitir que a Rússia interrogue a cidadãos americanos acusados de crimes por Moscou.