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Capriles defende mediação da Igreja no conflito eleitoral

O líder da oposição na Venezuela afirmou que "preferia que a Igreja mediasse o conflito devido às profundas convicções católicas do povo venezuelano"

Em relação às mesas eleitorais não computadas, fruto de toda polêmica, Capriles afirmou que não seria possível que Nicolás Maduro "tivesse obtido mais votos que Hugo Chávez" (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2013 às 07h13.

Madri - O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles , que alega que o "chavismo" roubou sua possível vitória eleitoral nas eleições presidenciais do último dia 14 de abril, pede a mediação da Igreja Católica para resolver o conflito eleitoral.

Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal "El País", Capriles assegurou que não busca intermediação de outro governo e que "preferia que a Igreja mediasse o conflito devido às profundas convicções católicas do povo venezuelano".

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Neste sentido, o líder da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática precisou que as pessoas poderiam se perguntar "por que um país e não outro. Por isso queria uma instituição com a qual todos tenham proximidade. Essa instituição é a Igreja Católica, a qual poderiam se somar outras religiões".

Capriles insiste em afirmar que "estes tipos roubaram as eleições", em alusão ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de Nicolás Maduro, proclamado vencedor das eleições realizadas no último dia 14 de abril.

"Roubaram-me as eleições. Se não anulassem as atas das mesas que questionamos mediante um contencioso litígio eleitoral perante a Suprema Corte de Justiça (TSJ) - as quais representam 55,4% do total apurado - ganharíamos as eleições com 400 mil votos de vantagem, 2% a nosso favor. Isto sem entrar em detalhes mais profundos", ressaltou Capriles.

Em relação às mesas eleitorais não computadas, fruto de toda polêmica, Capriles afirmou que não seria possível que Nicolás Maduro "tivesse obtido mais votos que Hugo Chávez".


O dirigente opositor afirmou que nas anteriores eleições, nas quais foi derrotado por Hugo Chávez, também houve fraude eleitoral, embora tenha admitido que a manipulação não mudaria o resultado das eleições, já que, segundo o líder opositor, 1 milhão de votos foram modificados, mas Chávez ganhou com um 1,5 milhão de vantagem.

Sobre o recurso apresentado perante o Superior Tribunal de Justiça defendendo a apuração das cédulas, Capriles declarou que terá que esperar a decisão dos juízes - todos eles militantes do partido de Maduro, ressaltou.

"No STJ não há um magistrado que não seja do PSUV. Eles que estão pensado no que será feito. Ou desprezam de uma vez nossa ação legal ou nos passam uma resposta". Para Capriles, "é preciso esgotar a instância interna para depois ir ao exterior com nossa reivindicação".

O líder opositor também ressaltou que é preciso "pressionar o governo com ações pacíficas porque o venezuelano é pacífico e detesta violência". Neste sentido, o opositor lembrou que "ninguém, fora o governo, aplaudiu a agressão ocorrida no Parlamento no último dia 30 de abril".

Sobre o governo do presidente Chávez, Capriles declarou que "seu ponto forte foi pôr o social em primeira fila. No entanto, acrescentou que o mesmo "se equivocou em não mudar a realidade do país apesar da imensa riqueza petrolífera que a Venezuela possui".

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