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Capitão do Costa Concordia é condenado por testemunhos

Comandante do navio que naufragou, Francesco Schettino é chamado de "imprudente" e "autoritário" por colegas

Schettino foi detido por homicídio múltiplo, naufrágio e abandono de navio (AFP / Enzo Russo)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 12h19.

Roma - Mudança de trajetória para se exibir, demora para dar o alerta, abandono precipitado do navio : os testemunhos se acumulam contra o capitão Francesco Schettino, que dará a sua versão dos fatos nesta terça-feira, após o naufrágio na Itália do Costa Concordia, quando morreram pelo menos seis pessoas.

A personalidade de Schettino, 52 anos, nascido em Sorrente, na costa de Amalfi, perto de Nápoles, é muito criticada. Mario Palombo, um comandante de bordo aposentado da Costa Crociere, onde Schettino trabalhou durante quatro anos em um cruzeiro idêntico ao Concordia, descreveu o capitão para os investigadores como "muito exuberante e imprudente", segundo a imprensa local.

"Era um insolente, se fazia de esperto, era um palhaço, um grande merda, eu não o condenaria uma vez, mas até dez vezes, as rochas estavam claramente assinaladas em todas as cartas náuticas", declarou à AFP o ex-comandante de outro Costa Crociere, sob condição de anonimato.

Um dos oficiais presentes no navio naufragado, Martino Pellegrino, também o descreveu como alguém "autoritário, às vezes insuportável (...) com quem ninguém conseguia conversar".

Schettino foi detido no sábado por homicídio múltiplo por imprudência, naufrágio e abandono de navio. Ele foi levado para a prisão de Grosseto, a maior e mais próxima cidade da ilha Giglio, palco da catástrofe na noite de sexta-feira.

É acusado de ter se aproximado demais da costa para efetuar uma parada chamada de "inchino" (a reverência) com todas as luzes acesas e as sirenes ligadas.

O cruzeiro se chocou contra uma rocha a cerca de 500 metros da costa.

Um investigador comparou Schettino, um ex-comandante de balsas que em 2002 chegou aos cruzeiros e se tornou comandante em 2006, a alguém que "dirigia um carro de luxo como uma Ferrari na estrada". Segundo o oficial Pellegrino, ele "adorava mandar em quem se ocupava das máquinas".

O Costa Concordia, um "gigante dos mares" de 300 metros de comprimento e 38 de largura, altura de um prédio de dez andares, era capaz de navegar a mais de 20 nós (37 km/h).

O proprietário do navio, Costa Crociere (grupo americano Carnival), tem se "dissociado" de sua conduta, condenando o "erro humano" e ressaltando que a trajetória feita não foi "autorizada nem certificada" pelo Costa .


As versões diferem sobre suas atitudes: de acordo com seu advogado, Bruno Leporatti após a colisão, ele "fez uma manobra brilhante e soube conservar a lucidez necessária para fazer o navio encalhar perto da costa, salvando a vida de muitas pessoas".

De acordo com novos elementos elucidados pela investigação na segunda-feira, na realidade, a sala das máquinas foi inundada em menos de 10 minutos e os motores estavam avariados, o que o impossibilitava pilotar o navio que, por sorte, terminou perto do pequeno porto de Giglio.

Muitos relatos e registros de suas conversas com o Porto de Livorno também estigmatizam sua atitude após o acidente.

Ele minimizou o problema por cerca de uma hora, dizendo aos salva-vidas, equipe e passageiros, que se tratava de uma pane elétrica. Hesitou em dar o alerta para o abandono do navio e, muito antes da evacuação total, recusou-se a retornar a bordo para coordenar a operação.

"Agora você vai até a proa, vai subir pela escada de emergência (de corda) e vai coordenar a evacuação. Você deve nos dizer quantas pessoas ainda estão lá, crianças, mulheres, passageiros a serem evacuados", ordena o comandante da capitania dos portos às 1H46 da madrugada (00H46 GMT), segundo uma gravação que está nas mãos dos investigadores citada pela imprensa italiana.

Mas, de acordo com a capitania e testemunhas, o comandante já estava refugiado em um rochedo às 00H30 locais (23H30 GMT), até mesmo antes.

O chefe do Costa, Pier Luigi Foschi, pediu na segunda-feira cautela antes de julgar o comportamento do comandante, alegando ter "testemunhas internas confiáveis", segundo as quais ele permaneceu "muito tempo a bordo do navio".

Sua família continua a defendê-lo: "vocês cobrem de lama uma carreira cheia de honras, meu irmão provará que não teve responsabilidade no que aconteceu", protestou sua irmã Giulia.

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A personalidade de Schettino, 52 anos, nascido em Sorrente, na costa de Amalfi, perto de Nápoles, é muito criticada. Mario Palombo, um comandante de bordo aposentado da Costa Crociere, onde Schettino trabalhou durante quatro anos em um cruzeiro idêntico ao Concordia, descreveu o capitão para os investigadores como "muito exuberante e imprudente", segundo a imprensa local.

"Era um insolente, se fazia de esperto, era um palhaço, um grande merda, eu não o condenaria uma vez, mas até dez vezes, as rochas estavam claramente assinaladas em todas as cartas náuticas", declarou à AFP o ex-comandante de outro Costa Crociere, sob condição de anonimato.

Um dos oficiais presentes no navio naufragado, Martino Pellegrino, também o descreveu como alguém "autoritário, às vezes insuportável (...) com quem ninguém conseguia conversar".

Schettino foi detido no sábado por homicídio múltiplo por imprudência, naufrágio e abandono de navio. Ele foi levado para a prisão de Grosseto, a maior e mais próxima cidade da ilha Giglio, palco da catástrofe na noite de sexta-feira.

É acusado de ter se aproximado demais da costa para efetuar uma parada chamada de "inchino" (a reverência) com todas as luzes acesas e as sirenes ligadas.

O cruzeiro se chocou contra uma rocha a cerca de 500 metros da costa.

Um investigador comparou Schettino, um ex-comandante de balsas que em 2002 chegou aos cruzeiros e se tornou comandante em 2006, a alguém que "dirigia um carro de luxo como uma Ferrari na estrada". Segundo o oficial Pellegrino, ele "adorava mandar em quem se ocupava das máquinas".

O Costa Concordia, um "gigante dos mares" de 300 metros de comprimento e 38 de largura, altura de um prédio de dez andares, era capaz de navegar a mais de 20 nós (37 km/h).

O proprietário do navio, Costa Crociere (grupo americano Carnival), tem se "dissociado" de sua conduta, condenando o "erro humano" e ressaltando que a trajetória feita não foi "autorizada nem certificada" pelo Costa .


As versões diferem sobre suas atitudes: de acordo com seu advogado, Bruno Leporatti após a colisão, ele "fez uma manobra brilhante e soube conservar a lucidez necessária para fazer o navio encalhar perto da costa, salvando a vida de muitas pessoas".

De acordo com novos elementos elucidados pela investigação na segunda-feira, na realidade, a sala das máquinas foi inundada em menos de 10 minutos e os motores estavam avariados, o que o impossibilitava pilotar o navio que, por sorte, terminou perto do pequeno porto de Giglio.

Muitos relatos e registros de suas conversas com o Porto de Livorno também estigmatizam sua atitude após o acidente.

Ele minimizou o problema por cerca de uma hora, dizendo aos salva-vidas, equipe e passageiros, que se tratava de uma pane elétrica. Hesitou em dar o alerta para o abandono do navio e, muito antes da evacuação total, recusou-se a retornar a bordo para coordenar a operação.

"Agora você vai até a proa, vai subir pela escada de emergência (de corda) e vai coordenar a evacuação. Você deve nos dizer quantas pessoas ainda estão lá, crianças, mulheres, passageiros a serem evacuados", ordena o comandante da capitania dos portos às 1H46 da madrugada (00H46 GMT), segundo uma gravação que está nas mãos dos investigadores citada pela imprensa italiana.

Mas, de acordo com a capitania e testemunhas, o comandante já estava refugiado em um rochedo às 00H30 locais (23H30 GMT), até mesmo antes.

O chefe do Costa, Pier Luigi Foschi, pediu na segunda-feira cautela antes de julgar o comportamento do comandante, alegando ter "testemunhas internas confiáveis", segundo as quais ele permaneceu "muito tempo a bordo do navio".

Sua família continua a defendê-lo: "vocês cobrem de lama uma carreira cheia de honras, meu irmão provará que não teve responsabilidade no que aconteceu", protestou sua irmã Giulia.

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