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Candidato opositor venezuelano lamenta decisão do TSE de suspender missão à Venezuela

Em coletiva junto com a líder opositora María Corina Machado, o candidato Edmundo González Urrutia afirmou que se tratava de um 'sinal ruim'

Diplomata venezuelano Edmundo González Urrutia, candidato de oposição à Presidência do país (Ronald PEÑA/AFP)

Diplomata venezuelano Edmundo González Urrutia, candidato de oposição à Presidência do país (Ronald PEÑA/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 25 de julho de 2024 às 15h35.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 15h42.

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O principal candidato opositor nas eleições presidenciais venezuelanas, o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia, lamentou nesta quinta-feira a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil de cancelar o envio de uma missão a seu país para observar as eleições presidenciais do próximo domingo.

Em coletiva ao lado da líder opositora María Corina Machado, principal figura da campanha da oposição venezuelana, González Urrutia afirmou que a decisão do TSE era “um sinal ruim”.

"Teríamos gostado de contar com sua presença [do TSE]… é um sinal ruim", declarou o candidato, no dia em que encerrará sua campanha, também com María Corina, na capital venezuelana.

González Urrutia também lamentou que o governo de Nicolás Maduro tenha desconvidado o ex-presidente argentino Alberto Fernández por declarações que o Palácio Miraflores considerou hostis sobre o processo eleitoral venezuelano. Em sintonia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-chefe de Estado argentino disse que Maduro deverá reconhecer o resultado que for anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Ao confirmar sua decisão, o TSE disse que a missão foi cancelada "em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”.

Horas antes, Maduro dissera num comício no interior da Venezuela que as eleições no Brasil eram “inauditáveis”, acusação que aumentou a tensão entre os dois governos e os dois presidentes. O venezuelano ficou irritado após Lula declarar que ficou assustado com a ameaça de Maduro de que haverá um "banho de sangue" se não vencer a eleição, afirmando, sem citá-lo nominalmente, que o brasileiro deveria “tomar um chá de camomila”.

A relação entre Venezuela e Colômbia também vive momentos de tensão, o que desperta dúvidas sobre até que ponto os presidentes Lula e Gustavo Petro poderão contribuir em eventuais situações de conflito após a eleição de domingo.

Antes da coletiva desta quinta, González Urrutia e María Corina assinaram um documento intitulado “O espírito de 28 de julho”, no qual assumiram vários compromissos, entre eles a busca de consensos: "A transformação do país exigirá a construção de um grande consenso nacional sobre questões sensíveis. Neste sentido, nós que participamos do processo de democratização da Venezuela devemos promover acordos políticos e sociais que nos permitam avançar com agilidade e eficiência rumo às soluções duradouras e estáveis ​​que o nosso país exige. Estamos empenhados em promover uma dinâmica política de acordos que fortaleçam a nossa cultura democrática."

Perguntada sobre um eventual triunfo de Maduro, a líder opositora insistiu em que todas as pesquisas apontam a vitória de González Urrutia e alertou: “Vamos contar voto por voto.”

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