Mundo

Candidato da esquerda radical sobe nas pesquisas na França

Com o crescimento, Jean-Luc Mélenchon se aproxima dos favoritos: a candidata da extrema direita Marine Le Pen e o centrista Emmanuel Macron

Jean-Luc Mélenchon: o candidato subiu seis pontos nas últimas três semanas e aparece em terceiro lugar (Jean-Paul Pelissier/Reuters)

Jean-Luc Mélenchon: o candidato subiu seis pontos nas últimas três semanas e aparece em terceiro lugar (Jean-Paul Pelissier/Reuters)

A

AFP

Publicado em 10 de abril de 2017 às 08h45.

A menos de duas semanas das eleições presidenciais na França, o candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, registra um avanço considerável nas pesquisas e se aproxima dos favoritos, a candidata da extrema direita Marine Le Pen e o centrista Emmanuel Macron.

Mélenchon, candidato do partido França Insubmissa, subiu seis pontos nas últimas três semanas e aparece em terceiro lugar, com 18% das intenções de voto, superando pela primeira vez o conservador François Fillon (17%), abalado por um escândalo de corrupção, de acordo com uma pesquisa KANTAR Sofres-Onepoint.

Le Pen, estimulada pelo Brexit e a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, e Macron, 39 anos e ex-ministro do governo do presidente François Hollande, permanecem como os candidatos em melhor posição para o primeiro turno, que acontecerá em 23 de abril.

Ambos têm 24% das intenções de voto, o que significa uma queda de dois pontos para cada uma na comparação com a pesquisa anterior.

Mélenchon celebrou no domingo o "novo entusiasmo" ao redor de sua campanha.

Jean-Luc Mélenchon, 65 anos, participa pela segunda vez em uma eleição presidencial. Em 2012 ficou em quarto lugar, com 11,1% dos votos.

Com o apoio do Partido Comunista, Mélenchon, admirador dos governos latino-americanos de inspiração bolivariana, propõe um programa anticapitalista com o que chama de "revolução cidadã".

Seu programa inclui ainda a ruptura com os tratados da Europa "liberal", a saída da Otan, o aumento do salário mínimo e a aposentadoria aos 60 anos.

Apesar da convergência de ideias com o candidato socialista, Benoît Hamon, Mélenchon se negou a formar uma aliança com o candidato oficial do partido governista, que nas últimas semanas caiu nas pesquisas e agora registra menos de 10% das intenções de voto.

Os outros seis candidatos à presidência francesa têm menos de 5% das intenções de voto.

As eleições presidenciais, com primeiro turno em 23 de abril e segundo turno em 7 de maios, são consideradas as mais incertas da história recente da França. Um em cada três eleitores se declara indeciso ou afirma que pode mudar de candidato.

A indecisão recorde complica o trabalho dos institutos de pesquisas, observados com muito cuidado após a incapacidade dos institutos americanos e britânicos de prever a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e o voto a favor da saída do Reino Unido da União Europeia.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesFrançaPolítica

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru