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Canadá homenageia vítimas de ataque à mesquita em Québec

Seis pessoas morreram, e oito ficaram feridas pelos disparos do jovem, que se entregou sem resistência à Polícia uma hora depois

Homenagem: durante os funerais, Trudeau defenderá mais uma vez a imagem de um país acolhedor, aonde chegaram, muitas vezes sem nada, 40 mil refugiados sírios há pouco mais um ano (Chris Wattie/Reuters)

Homenagem: durante os funerais, Trudeau defenderá mais uma vez a imagem de um país acolhedor, aonde chegaram, muitas vezes sem nada, 40 mil refugiados sírios há pouco mais um ano (Chris Wattie/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 21h34.

Com a imagem de unidade nacional e do multiculturalismo canadense em torno do primeiro-ministro, Justin Trudeau, as três vítimas do ataque à mesquita de Québec foram homenageadas nas cerimônias fúnebres realizadas nesta quinta-feira (2), em um complexo esportivo de Montreal.

Geralmente reservada para partidas de hóquei, esporte nacional, a pista de patinação abriu suas portas hoje pela manhã para um grande público, assim como para vários líderes políticos e religiosos.

Após a cerimônia, os corpos dos três canadenses com dupla nacionalidade serão repatriados para Argélia e Tunísia, seus países de nascimento.

Os dois argelinos, Khaled Belkacemi, de 60 anos, e Abdelkrim Hassan, de 41, estavam no domingo à noite na mesquita de Québec para rezar, quando um estudante canadense de 27 anos atirou contra os cinquenta fiéis presentes.

Seis pessoas morreram, e oito ficaram feridas pelos disparos do jovem, que se entregou sem resistência à Polícia uma hora depois.

Belkacemi, pai de duas crianças, era professor na faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Laval, em Québec.

Pai de três filhas - de 10, 8 anos e um ano e três meses -, Hassan trabalhava para o governo de Québec como programador. Havia chegado ao Canadá em 2010.

Boubaker Thabti, de 44, era funcionário de uma empresa agroalimentícia e morava em Québec desde 2011. Originário de Tataouine, sul da Tunísia, era pais de dois meninos de 11 e três anos.

Para o Canadá, essa tragédia significa uma catástrofe cultural. Elogiada e defendida com orgulho, a Carta Canadense dos Direitos e das Liberdades pouco esconde as fragilidades de uma sociedade em que movimentos racistas já não temem aparecer publicamente na província francesa de Québec.

Durante os funerais, Justin Trudeau defenderá mais uma vez a imagem de um país acolhedor, aonde chegaram, muitas vezes sem nada, 40 mil refugiados sírios há pouco mais um ano.

Um segundo funeral está previsto para sexta-feira (3), também em Québec, para as outras três vítimas, entre elas os guineano-canadenses Mamadou Tanou Barry, de 42, e Ibrahima Barry, de 39.

A sexta vítima vivia há 30 anos em Québec. De origem marroquina, Azzeddine Soufine, de 57, tinha uma loja de alimentos próximo à mesquita de Sainte-Foy.

Com uma comunidade de 6.500 pessoas declaradas muçulmanas, Québec não tem um cemitério específico para os adeptos dessa religião. O mais próximo fica em Montreal, a 250 quilômetros.

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