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Campanha de Trump é suspeita de ter "canal secreto" com a Rússia

Promotores revelaram suspeita de que ex-chefe de campanha eleitoral republicana usou relacionamento com russos para criar "comunicação oculta"

Manafort: ex-chefe de campanha de Trump se demitiu após revelações de que tinha ocultado das autoridades um pagamento que recebeu do ex-presidente da Ucrânia (Carlo Allegri/Reuters)
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EFE

Publicado em 19 de abril de 2018 às 22h31.

Promotores dos Estados Unidos defenderam nesta quinta-feira sua investigação sobre Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente Donald Trump e asseguraram que este pode ter aberto um "canal secreto" para comunicar-se com a Rússia durante as eleições de 2016.

Os promotores falaram de suas suspeitas hoje em uma audiência judicial na Corte do Distrito de Columbia, onde Manafort responde a uma dezena de acusações criminais.

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Na audiência, os advogados de Manafort pediram a uma juíza que retire as acusações apresentadas pelo promotor especial Robert Mueller, que investiga os laços entre membros da campanha de Trump e o Kremlin, o qual as agências de inteligência dos EUA acusam de interferir nas eleições de 2016.

Os advogados de Manafort acusam Mueller de "exceder-se" nas suas capacidades para investigar a trama russa e, por isso, pedem que sejam desprezadas todas as acusações contra seu cliente.

Para defender a capacidade de Mueller de investigar, um dos promotores do Departamento de Justiça, Michael R. Dreeben, se referiu à possibilidade de que Manafort tenha aberto algum canal secreto, devido aos seus laços com políticos e empresários respaldados pelo Kremlin.

"É apenas natural investigar se esses laços chegaram a se transformar em comunicações ocultas", disse Dreeben, que perguntou: "Estabeleceram canais secretos com a Rússia?".

Ao final da audiência, a juíza Amy Berman Jackson, encarregada do caso, não emitiu uma decisão, mas se mostrou cética sobre a capacidade de Manafort para questionar o promotor especial Mueller.

Segundo Mueller, Manafort trabalhou entre 2006 e 2017 para governos estrangeiros, incluindo o Executivo pró-Rússia do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich (2010-2014) e outros oligarcas russos, aos quais ajudou a melhorar sua imagem em Washington sem comunicar ao governo dos EUA, o que constitui um crime.

Além disso, Manafort supostamente chegou a pagar "antigos políticos europeus de alta categoria" para que tomassem decisões favoráveis à Ucrânia.

Manafort, em regime de prisão domiciliar desde que se entregou ao FBI em outubro do ano passado, tem que enfrentar dois julgamentos: um fixado para 10 de julho na Virginia e outro que começará em 17 de setembro, apenas dois meses antes das eleições legislativas de novembro.

Em ambas cortes, Manafort se declarou inocente de todas as acusações.

Manafort, que trabalhou como chefe da campanha de Trump entre junho e agosto de 2016, teve que se demitir depois que foi revelado que tinha ocultado das autoridades um pagamento de US$ 12,7 milhões que recebeu por assessorar Yanukovich, vinculado à Rússia.

 

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