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Cameron faz 1º ajuste de governo desde sua chegada ao poder

O premiê do Reino Unidos fez mudanças nos ministérios de média categoria, mas conservou os titulares de pastas de maior peso, como Economia e Defesa


	Cameron: o premiê sinaliza que não quer mudar suas políticas
 (Carl Court/AFP)

Cameron: o premiê sinaliza que não quer mudar suas políticas (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 11h55.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, manteve nesta terça-feira os principais ministros em seu primeiro ajuste do governo desde sua chegada ao poder em 2010, com o qual procura manter unida a coalizão com os liberais-democratas e uma melhor comunicação com o eleitorado.

Cameron fez mudanças nos ministérios de média categoria, mas conservou os "pesos pesados": os titulares de Economia e de Relações Exteriores, George Osborne e William Hague, respectivamente; de Interior, Theresa May; e de Defesa, Philip Hammond.

Em um claro reflexo de que não quer mudar suas políticas, o primeiro-ministro procura melhorar o apoio dos conservadores entre o eleitorado, além de manter unida a coalizão, ao nomear o liberal-democrata David Laws como secretário de Estado de Educação.

Laws tinha entrado no Governo em maio em 2010 como titular do Tesouro, mas teve que renunciar meses depois por causa de um forte escândalo sobre seus gastos como parlamentar.

Além disso, em uma reviravolta inesperada, Cameron promoveu o titular de Cultura, Jeremy Hunt, ao nomeá-lo novo ministro da Saúde, após o sucesso dos Jogos Olímpicos de Londres, apesar de sua permanência no Governo ter estado na corda bamba por causa da polêmica sobre a venda da plataforma digital BSKyB.

A reputação de Hunt foi muito questionada este ano depois que a imprensa questionou seu trabalho na hora de avaliar a venda dessa plataforma, sobre a qual devia manter sua imparcialidade, apesar de supostamente preferir concedê-la ao império do magnata da imprensa Rupert Murdoch.

No entanto, Hunt é visto em círculos conservadores como um bom comunicador, algo que Cameron procura claramente a fim de dar impulso ao Governo em um momento em que está centrado em tirar o Reino Unido de sua recessão, a segunda em quatro anos.

"É um grande trabalho e o maior privilégio da minha vida", disse Hunt em declaração na saída do número 10 de Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro.


Hunt - que tem pela frente a difícil tarefa de fazer reformas no Serviço Nacional de Saúde - substitui Andrew Lansley, que foi nomeado líder da Câmara dos Comuns.

Outra mudança importante é a do veterano Kenneth Clarke - que é parlamentar há mais de 30 anos - ao ser retirado como titular da Justiça para ser ministro sem pasta, embora seu principal trabalho será a de ajudar a tomar as medidas necessárias para conseguir a recuperação econômica.

Clarke, de 72 anos, negou hoje que sua retirada como ministro da Justiça suponha uma humilhação, ao assegurar aos jornalistas que para ele era uma "grata surpresa" estar na sua idade no Gabinete.

O cargo deixado por Clarke será ocupado pelo até agora secretário de Estado de Trabalho e Previdência, Chris Grayling, enquanto a nova ministra para a Irlanda do Norte será Theresa Villiers, até agora secretária de Estado de Transporte e que substitui Owen Paterson no novo posto.

Por sua vez, Paterson será ministro do Meio Ambiente, enquanto a que foi copresidente do Partido Conservador, Sayeeda Warsi, será secretária de Estado de Relações Exteriores.

Além dos "pesos pesados", ficam dois ministros da ala mais direitista do Partido Conservador, o de Trabalho e Previdência, Ian Duncan Smith, e o de Educação, Michael Grove, no que se interpreta como um aceno a este setor "tory".

Entre outras mudanças figuram a de Justine Greening à frente da pasta de Transporte, que será substituída por Patrick McLoughlin, quem era responsável pela disciplina dos parlamentares conservadores.

No entanto, esta decisão foi criticada pelo prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, que acusou Cameron de ter retirado Greening por causa de sua oposição à construção de uma terceira pista para o aeroporto londrino de Heathrow.

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