Cameron: primeiro-ministro alertou para riscos econômicos da separação (Dylan Martinez/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2014 às 16h00.
Aberdeen, Escócia - O primeiro ministro do Reino Unido, David Cameron, e o premiê escocês, Alex Salmond, apresentaram nesta segunda-feira versões divergentes sobre o que a independência representaria para o futuro da Escócia.
Na quinta-feira, os escoceses vão às urnas para votar se o país deve romper sua ligação com a Inglaterra.
Pesquisas de opinião recentes mostram os dois lados quase empatados, com o resultado do plebiscito impossível de prever.
Com as campanhas para o referendo chegando ao fim, Cameron disse a escoceses de Aberdeen - cidade que hoje representa o centro da indústria petroleira da Escócia - que romper as relações com o Reino Unido seria como construir meticulosamente uma casa e então ir embora e jogar as chaves fora.
Em depoimento à imprensa e a apoiadores do seu Partido Conservador, sob um cartaz no qual se lia "vamos nos manter juntos", o primeiro-ministro também alertou sobre os riscos econômicos da separação.
"Vocês poderão ter mudanças reais e concretas se votarem Não na quinta-feira", disse Cameron, referindo-se aos poderes políticos adicionais que o Reino Unido prometeu à Escócia.
Ele advertiu os eleitores escoceses de que os apoiadores da independência estavam vendendo uma visão boa demais para ser verdade de uma Escócia independente.
"Eu não quero que o povo da Escócia compre um sonhos que desapareçam", ele disse.
Mais cedo, o premiê escocês, Alex Salmond, rejeitou os alertas de Londres sobre a economia e afirmou serem alarmismos de último minuto. Segundo ele, a separação permitiria que a economia escocesa prosperasse e criasse empregos.
"A Escócia, com apenas 1% da população da União Europeia, tem cerca de 20% dos seus estoques de peixes, um quarto do potencial de energias renováveis europeu e cerca de 60% das reservas de óleo convencional da UE", disse Salmond em um evento com líderes empresariais escoceses no Aeroporto de Edimburgo.
"Esses recursos abundantes, junto aos nossos talentos humanos massivos, mostram que nenhum outro país já esteve tão bem posicionado economicamente para se tornar independente."
Fonte: Dow Jones Newswires.