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Caixas-pretas do Boeing que caiu na Indonésia são encontradas

Horas antes, equipes de mergulhadores encontraram partes de corpos, destroços da fuselagem da aeronave e roupas na costa da capital indonésia

Queda de avião: no momento, as autoridades não forneceram detalhes sobre as possíveis causas do ocorrido. (Reuters/Reuters)

Karla Mamona

Publicado em 10 de janeiro de 2021 às 09h31.

Última atualização em 10 de janeiro de 2021 às 10h20.

As duas caixas-pretas do Boeing que caiu no sábado (9) no mar na costa de Jacarta com 62 pessoas a bordo foram localizadas neste domingo (10), anunciaram as autoridades indonésias, e podem ser essenciais para ajudar os especialistas a determinar as causas do acidente.

Horas antes, equipes de mergulhadores encontraram partes de corpos, destroços da fuselagem da aeronave e roupas na costa da capital indonésia.

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"Localizamos as caixas-pretas, as duas", anunciou Soerjanto Tjahjanto, chefe do comitê de segurança dos transportes, que faz parte do ministério dos Transportes. "Os mergulhadores vão começar a procurá-las e espero que não demore muito para que as encontrem".

O avião da companhia aérea indonésia Sriwijaya Air que voava entre Jacarta e Pontianak, na parte indonésia da ilha de Bornéu, perdeu contato com os controladores de tráfego aéreo no sábado, pouco depois das 14h40 (4h40 de Brasília), cerca de quatro minutos depois de decolar.

No momento, as autoridades não forneceram detalhes sobre as possíveis causas do ocorrido.

"Esta manhã recebemos duas malas, uma com os pertences dos passageiros e a outra com partes de corpos", declarou o porta-voz da polícia de Jacarta, Yusri Yunus, à Metro TV. A polícia "está trabalhando para identificá-los", disse.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, expressou "profundas condolências" e exortou os cidadãos a "orar juntos para que as vítimas sejam encontradas".

Socorristas e Exército-

Os primeiros destroços encontrados foram levados para o principal porto de Jacarta, incluindo um pneu do avião e um short rosa infantil, confirmou um jornalista da AFP.

Centenas de membros dos serviços de resgate, da Marinha e 10 navios de guerra participam das buscas.

Mergulhadores colocaram faróis laranja em pelo menos três locais e sonares são usados para localizar a fuselagem, de acordo com um jornalista da AFP no local.

O avião, que partiu do Aeroporto Internacional de Jacarta Soekarno-Hata, desapareceu dos radares logo após a decolagem, enquanto sobrevoava o mar de Java, perto de ilhas turísticas.

Cinquenta passageiros, incluindo 10 crianças, e 12 membros da tripulação estavam a bordo. Todos eles são indonésios, segundo as autoridades.

As famílias dos passageiros, muito angustiadas, ainda aguardam notícias.

"Tenho quatro membros da minha família no avião: minha esposa e meus três filhos", declarou Yaman Zai, que os esperava no aeroporto de Pontianak, chorando.

"Minha esposa me mandou uma foto do bebê hoje... Como posso não ficar com o coração partido?", disse ele à AFP no sábado.

De acordo com dados do site FlightRadar24, a aeronave atingiu uma altitude de quase 11.000 pés (3.350 metros) antes de cair para 250 pés. Ela então perdeu contato com a torre de controle.

"O voo SJ182 da Sriwijaya Air perdeu mais de 10.000 pés em menos de quatro minutos após sua decolagem de Jacarta", informa o site especializado em aviação em sua conta oficial no Twitter.

O ministro dos Transportes, Budi Karya Sumadi, disse que a aeronave pareceu se desviar de sua rota pouco antes de desaparecer.

Condições meteorológicas ruins, um erro de pilotagem ou problemas técnicos são os possíveis fatores neste acidente, segundo Gerry Soejatman, analista em aviação em Jacarta.

Pescadores que estavam próximos ao local, citados pela CNN Indonesia e outros veículos locais, disseram que ouviram ao menos uma explosão no momento do acidente. As autoridades não confirmaram.

Em outubro de 2018, 189 pessoas morreram quando um Boeing 737 MAX caiu no mar de Java, 12 minutos após a decolagem.

Este acidente e outro envolvendo o mesmo modelo na Etiópia, foram atribuídos a defeitos técnicos e a fabricante foi condenada esta semana a pagar multa de 2,5 bilhões de dólares por ter enganado as autoridades no processo de aprovação deste modelo.

Os 737 MAXs ficaram sem voar por 20 meses após esses dois acidentes que deixaram 346 mortos, antes de serem novamente autorizados a operar em alguns países no final de 2020.

O setor de aviação civil na Indonésia passou por várias tragédias nos últimos anos, e muitas companhias aéreas indonésias foram proibidas de operar na Europa e nos Estados Unidos no passado.

Em 2014, um avião da AirAsia conectando a cidade indonésia de Surabaya a Singapura caiu com 162 passageiros a bordo. Os investigadores concluíram que houve erro humano e problemas técnicos.

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