Mundo

Cachorro vira ícone de protestos na Bolívia

O cão, batizado de Petardo, já conquistou mais de 20,3 mil fãs no Facebook

Petardo (Divulgação/Facebook/Petardo Presidente)

Petardo (Divulgação/Facebook/Petardo Presidente)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2015 às 23h02.

La Paz - Um vira-lata que acompanhou as mobilizações populares na cidade boliviana de Potosí se transformou no ícone dos protestos e conquistou mais de 20.300 fãs no Facebook.

O cão, batizado de Petardo, se uniu às mobilizações durante a caminhada dos dirigentes do Comitê Cívico Potosinista (Comcipo) rumo a La Paz no começo do mês passado, contou por telefone à Agência Efe o presidente da entidade, Jhonny Llally. O cachorro apareceu pela primeira vez quando os manifestantes chegaram a Caracollo, a 193 quilômetros de La Paz, na região andina de Oruro (oeste).

"De lá para cá, passou a andar conosco, mas aparecia e desaparecia. Quando chegamos a La Paz sua presença passou a ser constante na marcha e então não se separou mais até o fim das mobilizações", relatou.

Petardo ganhou esse nome, pois ao contrário de outros cachorros, não fugia quando ouvia as explosões de fogos que ocorriam diariamente nos protestos. Segundo Llally , ele participou de todas as passeatas, inclusive as que foram reprimidas com gás lacrimogêneo e jatos d'água.

A delegação da Comcipo voltou a Potosí na última quinta-feira depois de não conseguir acordos com os ministros do presidente Evo Morales sobre as 26 demandas de desenvolvimento para a região. Petardo voltou junto.

Os integrantes do grupo foram recebidos como heróis por milhares de pessoas que acabaram se rendendo ao cão, que ganhou um colete vermelho e um colar com seu nome gravado em uma plaquinha em forma de osso.

A fama dele chegou ao Facebook, onde a página "Petardo: Potosino y Federalista", criada há uma semana, já tem mais de 20.300 curtidas e uma infinidade de comentários, além de fotos e vídeos.

A greve e os bloqueios de estradas registrados desde 6 de julho em Potosí para exigir atenção às reivindicações tiveram uma pausa de 12 horas ontem para que os moradores da cidade pudessem se abastecer de alimentos e sacar dinheiro e foram retomados hoje.

Os potosinos exigem, entre outros pontos, a construção de uma hidrelétrica, três hospitais, mais estradas, fábricas de vidro e cimento, um aeroporto internacional e a preservação do Cerro Rico, a principal atração turística da cidade, deteriorada pela ação mineradora.

O presidente Morales e seus ministros desqualificaram por várias vezes os dirigentes potosinos e questionaram a legitimidade da ação, com o argumento de ser incentivada pela direita boliviana. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia

A discreta missa de Natal em uma região da Indonésia sob a sharia