Bush pai chama Trump de "fanfarrão" e afirma que votou em Hillary
Em maio de 2016, Bush pai disse claramente que não gostava do candidato que o Partido Republicano havia escolhido
EFE
Publicado em 4 de novembro de 2017 às 14h23.
Washington, 4 nov (EFE).- O ex-presidente dos Estados Unidos George H. W. Bush (1989-1993) afirmou em um novo livro que atual presidente do país, Donald Trump, é um "fanfarrão" que atua guiado pelo ego e também confirmou que votou na democrata Hillary Clinton nas eleições de novembro do ano passado.
O filho do Bush pai, o também ex-presidente George W. Bush (2001-2009), pensou durante a campanha eleitoral que Trump não sabia o que significava ser presidente, de acordo com os trechos do livro, que será lançado em 14 de novembro, obtidos com exclusividade pela emissora "CNN" e pelo jornal "The New York Times".
As declarações foram feitas por ambos ao longo da campanha eleitoral, momento que as pesquisas indicavam vitória de Hillary.
No livro "The Last Republicans" (Os Últimos Republicanos), escrito pelo historiador Mark Updegrove, Bush pai confirma que votou em Hillary, um rumor que já tinha circulado no país.
Já Bush filho, por sua vez, votou em branco, algo que ele próprio já tinha revelado no dia do pleito.
Ambos compartilhavam as opiniões sobre Trump com Updegrove no ano passado. Em maio de 2016, Bush pai disse claramente que não gostava do candidato que o Partido Republicano havia escolhido.
"Não sei muito sobre ele, mas sei que é um fanfarrão. E não me emociona muito que ele seja nosso líder", afirmou o ex-presidente, de 93 anos, que ainda disse que a razão que motivava Trump a disputar as eleições era seu "ego".
Bush filho também acompanhou com consternação a ascensão de Trump. Em um momento da campanha, ele chegou a dizer ao escritor que temia que Trump fosse o último presidente republicano dos EUA, uma citação que inspirou o nome do livro.
"Nesse momento acredito que ele estava preocupado com uma vitória da Hillary", explicou Updegrove ao "The New York Times".
O segundo presidente da família Bush também fez críticas veladas a Trump em outubro, quando, durante um discurso em Nova York, criticou o aumento da divisão e da intolerância do país.
Além disso, Bush filho questionou o uso da intimidação e do preconceito como arma política. EFE