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Brasileiros em Gaza sairão pelo Egito de ônibus neste sábado, diz Mauro Vieira

Primeira tentativa de saída foi impedida por bombardeios; avião da FAB aguarda para transportá-los para o Brasil

Ataques em Gaza: palestinos caminham perto de prédio destruído por ataque no distrito de al-Rimal ( Mahmud Hams/AFP)

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 08h52.

Última atualização em 14 de outubro de 2023 às 08h55.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou a jornalistas que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza sairão da região por meio do Egito. O Brasil negociava um corredor para tirar cidadãos da região, marcada pelo conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

"O governo brasileiro negociou para que os brasileiros que se encontram em Gaza, possam sair pelo Egito. É a única forma de sair. Sairão neste ônibus que sai amanhã e serão levados até um aeroporto em uma localidade próximo à fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira está esperando em Roma para poder levá-los de volta", afirmou Vieira, após reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Vieira reforçou ainda que a posição do Brasil em relação ao Oriente Médio é de dois Estados independentes em paz. "Presidente Lula manifestou necessidade de corredores humanitários. A vocação pacifista do Brasil foi emitida pelo presidente", afirmou o chanceler.

Os brasileiros conseguiram chegar ao sul da Faixa de Gaza, mas bombardeios na região por onde passariam para chegar ao Egito impediram a partida, de acordo com a Folha de S. Paulo. A saída estava prevista para a madrugada deste sábado (pelo horário de Brasília).

Reunião da ONU

A reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pelo chanceler brasileiro terminou sem nenhuma resolução sobre o conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O encontro aconteceu nesta sexta-feira, em Nova York, e é a segunda reunião chamada para a situação. Atualmente, o Brasil é presidente rotativo do Conselho de Segurança.

A Faixa de Gaza foi isolada por Israel depois de um ataque terrorista do grupo Hamas, no sábado, 9. Pelo menos 130 reféns foram capturados pelos terroristas. Na quinta-feira, 12, Israel Katz, ministro da Energia israelense, escreveu em suas redes sociais que a região não receberia combustível, água ou eletricidade até que os reféns fossem libertados.

"Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante de água será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses sejam devolvidos para suas casas. Humanitário por humanitário. E ninguém deve nos pregar moral", afirmou.

Desde então, o exército israelense tem se preparado para uma grande operação militar de invasão por terra na Faixa de Gaza. Com pelo menos 1,2 mil mortos em Israel, e 2,7 mil feridos na mais letal incursão ao território israelense da história, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, está sob enorme pressão para mandar tropas ao enclave. Ele já respondeu com bombardeios aéreos que mataram pelo menos 1,9 mil palestinos. Cerca de 7.696 palestinos ficaram feridos.

A região registra o deslocamento de milhares de pessoas após as Forças Armadas de Israel ordenarem na madrugada desta sexta-feira, 13, pelo horário de Brasília, que toda a população vivendo na porção norte da Faixa de Gaza se retire da região em direção ao sul do território para "preservar vidas civis". Ao menos 1,1 milhão de pessoas moram na área indicada.

Milhares de civis já começaram a deixar Gaza a pé, de carro, em motos e caminhões. O movimento em massa é caótico e perigoso, já que é feito por apenas uma estrada, em uma das regiões mais densamente povoadas da Cidade de Gaza. O Hamas rejeitou o ultimato e pediu para que os palestinos "se mantenham firmes".

"As Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras", disse em comunicado o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric. "A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar a atual tragédia em uma situação calamitosa."

*Com informações da Agência Estado

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