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Brasil expulsa embaixadora da Nicarágua em retaliação ao governo Ortega, diz Itamaraty

Decisão foi tomada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 8

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 17h42.

Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 17h44.

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A embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu, foi expulsa do país na manhã desta quinta-feira, 8. A decisão foi tomada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva como resposta à mesma ação do governo nicaraguense contra o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa.

Procurado pela EXAME, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que a decisão de retirada de Fulvia Patrícia se deu pelo 'princípio de reciprocidade, depois que a Nicarágua determinou a retirada do embaixador brasileiro do país'.

Segundo a pasta, a decisão foi tomada em uma reunião entre o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na manhã desta quinta-feira. Breno da Costa deve deixar a Nicarágua ainda nesta quinta-feira.

A imprensa nicaraguense havia divulgado a expulsão de Breno da Costa na noite de quarta-feira, 7, citando fontes diplomáticas locais.

Por que as relações entre Brasil e Nicarágua deterioraram?

As relações entre Brasil e Nicarágua ficaram complicadas nas últimas semanas, principalmente depois que a embaixada brasileira não enviou representantes às celebrações oficiais dos 45 anos da Revolução Sandinista, realizadas em Manágua em 19 de julho. O evento marcava a ascensão ao poder de Daniel Ortega, ex-guerrilheiro do movimento sandinista e atual presidente nicaraguense.

Naquele momento, a imprensa nicaraguense afirmou que a ausência do Brasil nas comemorações foi vista como uma afronta e o governo de Ortega decidiu retaliar com a expulsão do embaixador brasileiro.

Como consequência, o governo brasileiro congelou as relações diplomáticas com a Nicarágua por um ano. Além da expulsão de Breno da Costa, a medida levou em conta a repressão de Ortega à Igreja Católica, que inclui a prisão de padres e bispos e o confisco de propriedades e dissolução de ordens religiosas no país.

O Brasil tentou mediar um diálogo entre o Vaticano e o governo nicaraguense e solicitou a libertação dos bispos presos desde 2022, mas sem sucesso.

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