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Brasil e Grécia querem esquecer crises com chama olímpica

A cerimônia, cujo ensaio geral aconteceu nesta quarta-feira, sem incidentes, dará início a uma longa viagem da tocha, rumo ao Maracanã


	Olimpíada: o poder simbólico da chama olímpica vem da antiguidade, quando o fogo se mantinha aceso em Olímpia durante toda a competição
 (Alkis Konstantinidis / Reuters)

Olimpíada: o poder simbólico da chama olímpica vem da antiguidade, quando o fogo se mantinha aceso em Olímpia durante toda a competição (Alkis Konstantinidis / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2016 às 16h17.

Brasileiros e gregos vão deixar momentaneamente de lado nesta quinta-feira as crises que assolam os países para participar da cerimônia de acendimento da chama dos Jogos Olímpicos do Rio, em Olímpia, sede da era clássica do evento.

A cerimônia, cujo ensaio geral aconteceu nesta quarta-feira, sem incidentes, dará início a uma longa viagem da tocha, rumo ao Maracanã, onde a pira olímpica será acesa, no dia 5 de agosto, depois de atravessar o Atlântico e percorrer mais de 20 mil quilômetros, por mais de 300 cidades brasileiras.

A encarregada pelo acendimento é a "alta-sacerdotisa" Katerina Lehou, uma atriz grega, seguindo o ritual grego inaugurado nos Jogos de Berlim-1936.

O poder simbólico da chama olímpica vem da antiguidade, quando o fogo se mantinha aceso em Olímpia durante toda a competição.

Bicampeão de vôlei e rival de Zanetti

Numa longa coreografia, a atriz, usando uma túnica branca e rodeada por um coro, acenderá a tocha do primeiro revezador, o ginasta grego Eleftherios Petrounias, campeão mundial nas argolas e grande rival do brasileiro Arthur Zanetti no Rio.

Em seguida, a tocha passará pelas mãos do ex-craque do vôlei Giovane, bicampeão olímpico em Barcelona-1992 e Atenas-2004.

A tocha vai percorrer alguns lugares emblemáticos da Grécia até chegar a Atenas, onde será entregue ao comitê organizador Rio-2016, no 27 de abril, no estádio que recebeu em 1896 os primeiro Jogos da era moderna.

Uma das etapas antes de chegar ao estádio será o centro de refugiados de Eleonas, no subúrbio da capital, onde um refugiado tomará conta do revezamento. Uma iniciativa simbólica para lembrar ao mundo o drama dos refugiados que transitam pela Grécia para fugir das guerras.

O Comitê Olímpico Internacional (COI), cujo presidente, Thomas Bach, visitou o centro de Eleonas em janeiro, também decidiu que um time de dez refugiados vai participar dos Jogos, sob a bandeira olímpica.

Até agora, 43 atletas entraram no páreo para participar das competições.

"Todos nos ficamos emocionados com a magnitude da crise dos refugiados. Com esse time especial, queremos mandar uma mensagem de esperança a todos os refugiados do mundo", salientou Bach em março.

Dilma ausente da cerimônia

O Brasil é atingido por outra crise, com a situação política que acabou provocando a ausência da presidente Dilma Rousseff na cerimônia.

A viagem de Dilma foi cancelada no início do mês, antes mesmo da Câmara de Deputados aprovar a abertura do processo de Impeachment.

O país será representado por Ricardo Leyser, novo ministro dos Esportes, que assumiu o cargo no fim de março, e por Carlos Nuzman, presidente do Comitê Organizador.

Apesar dos problemas políticos, econômicos e sociais que abalam o Brasil, a presidente fez questão de ressaltar na terça-feira que os preparativos dos Jogos estão no caminho certo.

"Os Jogos Olímpicos estão numa situação absolutamente adequada, nos antecipamos mais do que esperávamos", garantiu Dilma numa entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros, em Brasília.

A Grécia conseguiu organizar os Jogos de Atenas-2004 com muito sucesso, apesar do clima de desconfiança e dos atrasos nas obras, mas o país paga a fatura até agora.

Grande parte das obras foram custeadas com dinheiro público, antes da crise econômica e da explosão da dívida que abalou o país nos últimos anos.

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