BP confia ter consertado poço, mas testes podem ser ampliados
Dois dias depois de instalação de dispositivo, BP assegura que não há indícios de vazamento de petróleo
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Rouston - A BP expressou confiança neste sábado de que o poço que se rompeu no Golfo do México está de fato consertado, mas disse que testes de pressão podem ser estendidos para garantir que não haja outros vazamentos.
A BP iniciou um teste de pressão no poço Macondo depois de conter na quinta-feira o fluxo de petróleo para o Golfo. Foi a primeira interrupção do vazamento desde o estouro do poço em 20 de abril.
O objetivo do teste é verificar se a explosão danificou o poço a ponto de permitir outros vazamentos. "Estamos mais confortáveis porque temos a integridade" do poço, afirmou Kent Wells, vice-presidente da BP.
O teste, no entanto, previsto para terminar neste sábado, pode durar mais do que as 48 horas antes definidas, porque a pressão subia muito vagarosamente, segundo Wells.
Ele acrescentou que sempre houve a previsão de que o teste poderia ser estendido. "Quanto mais longo for o teste, mais confiança teremos."
Uma vez finalizados os testes, a BP planeja retirar até 80 mil de barris por dia de petróleo e enviá-los a navios a mais de um quilômetro do vazamento.
O almirante aposentado da Guarda Costeira dos Estados Unidos Thad Allen tem a palavra final sobre quando os testes vão terminar e sobre os próximos passos da BP, de acordo com Wells.
Allen e a BP querem que o poço submarino aguente mantenha pressão de 7,5 mil psi ou mais, que indicaria que todo o petróleo e gás passam pelo poço sem problemas.
<hr> <p class="pagina">a manhã deste sábado, os testes acumulavam 41 horas e a pressão havia alcançado 6.745 libras por centímetro quadrado (psi) e estava subindo a um ritmo de 2 psi por hora, disse Wells.<br><br>O presidente do Estados Unidos, Barack Obama, alertou na sexta-feira que mais trabalho é necessário antes de do poço ser considerado como consertado.<br><br>"Não vamos parar até que saibamos que temos uma solução permanente", disse Obama.<br><br>Obama está sob pressão para fazer com que a BP, baseada em Londres, sele de fato o vazamento, limpe o meio ambiente e cuide dos problemas financeiros gerados nos cinco Estados dos EUA no Golfo do México.<br><br>No mês passado, Obama propôs que a BP estabelecesse um fundo de 20 bilhões de dólares para cobrir os danos com o vazamento.<br><br>Visita de Cameron<br><br>A crise tem complicado as relações norte-americanas com o seu aliado próximo, o Reino Unido.<br><br>O premiê britânico deve visitar a Casa Branca na terça-feira, em meio à controvérsia sobre um possível envolvimento da BP nas negociações para a libertação do líbio condenado por explodir em 1988 um avião norte-americano de passageiros, sobre a Escócia.<br><br>O Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA planeja tomar o testemunho de representantes da BP, depois que a empresa disse ter feito lobby junto ao governo britânico em 2007 para um acordo de transferência de prisioneiros com a Líbia.<br><br>Na sexta-feira, Cameron afirmou que enfatizaria o quão importante uma companhia "forte e estável" é para os dois países.<br><br>Muitos britânicos acreditam que Washington está tratando a BP de maneira muito dura. Fundos de pensão britânicos e outros investidores têm grandes interesses na empresa.</p>