Boris Johnson: Johnson permanecerá no cargo à frente do governo até que seu sucessor seja escolhido. (AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 15 de junho de 2023 às 10h25.
O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson deliberadamente enganou o Parlamento sobre o lockdown, quando realizou festas que prejudicaram sua credibilidade e contribuíram para sua queda disse uma comissão de legisladores nesta quinta-feira, 15, após uma investigação de um ano.
Um relatório contundente do Comitê de Privilégios da Câmara dos Comuns concluiu que as ações de Johnson e sua resposta ao comitê foram uma violação tão flagrante das regras que justificaram uma suspensão de 90 dias do Parlamento.
Embora seja uma acusação condenatória da conduta do ex-primeiro-ministro, a recomendação é em grande parte simbólica pois Johnson renunciou ao cargo de legislador na sexta-feira, 9 depois que o comitê o informou de suas conclusões.
Johnson, 58 anos, descreveu o comitê como um "tribunal canguru" que conduziu uma "caça às bruxas" para expulsá-lo do Parlamento. A maioria dos sete membros do painel é do Partido Conservador de Johnson.
"O comitê agora diz que deliberadamente enganei a Câmara e que, no momento em que falei, estava conscientemente escondendo da Câmara meu conhecimento de eventos ilícitos", disse Johnson em uma declaração acalorada divulgada em resposta. "Isso é besteira. É uma mentira. Para chegar a essa conclusão perturbada o Comitê é obrigado a dizer uma série de coisas que são patentemente absurdas ou contraditórias com os fatos."
O relatório é apenas o mais recente episódio do escândalo “partygate” que tem distraído os legisladores desde que organizações de notícias locais revelaram que membros da equipe de Johnson realizaram uma série de festas em 2020 e 2021, quando essas reuniões eram proibidas por restrições de pandemia. A Câmara dos Comuns debaterá agora o relatório do comitê e decidirá se concorda com as conclusões do painel e as sanções recomendadas.