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Bolsonaro diz esperar que Argentina eleja presidente de centro-direita

Em entrevista concedida ao jornal argentino "La Nación", Bolsonaro disse que a ex-presidente Cristina Kirchner tem ideias semelhantes às do PT

Em sua próxima reunião com Macri, no dia  de junho, Bolsonaro discutirá, entre outros assuntos, o acordo comercial que está sendo negociado por Mercosul e União Europeia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Em sua próxima reunião com Macri, no dia  de junho, Bolsonaro discutirá, entre outros assuntos, o acordo comercial que está sendo negociado por Mercosul e União Europeia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de maio de 2019 às 18h09.

Última atualização em 31 de maio de 2019 às 18h11.

Buenos Aires — Menos de uma semana antes de visitar a Argentina pela primeira vez desde que assumiu o poder, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que espera que os eleitores do país vizinho optem por um candidato de centro-direita nas eleições presidenciais que serão realizadas em outubro.

Em entrevista concedida ao jornal argentino "La Nación", que publicou trechos da conversa que só será divulgada na íntegra amanhã, Bolsonaro disse que a ex-presidente Cristina Kirchner, que divide a liderança das pesquisas com o atual presidente do país, Mauricio Macri, tem ideias semelhantes às do PT e de outras lideranças políticas da esquerda latino-americana.

"Espero que o coração dos eleitores argentinos bata nesse momento e que eles vejam realmente que futuro querem. Um povo que tem sua liberdade ameaçada pede aquilo que é mais importante para seu futuro. Nós estamos fazendo força para que o povo argentino eleja um candidato de centro-direita como fizeram Brasil, Paraguai, Chile, Peru e Colômbia", disse o presidente na entrevista.

Perguntado sobre a opção de Cristina, que decidiu ser candidata à vice-presidência na chapa liderada por Alberto Fernández, seu ex-chefe de gabinete, Bolsonaro voltou a mostrar preferência por Macri, que o receberá em visita oficial na próxima quinta-feira.

"Cristina Kirchner foi muito aliada de Lula e de Dilma (Rousseff). E o que Lula e Dilma defendiam aqui, via Foro de São Paulo, com apoio incondicional de (Hugo) Chávez, depois de (Nicolás) Maduro e da ditadura cubana, é uma experiência que nós não queremos repetir. Espero que o povo argentino reflita muito sobre isso para as eleições", afirmou Bolsonaro.

O presidente tem feito reiteradas críticas a Cristina nos últimos meses e chegou a afirmar que está mais preocupado com a situação da Argentina do que com a crise enfrentada pela Venezuela.

No início do mês, em cerimônia de formatura da turma do Instituto Rio Branco, no Ministério de Relações Exteriores, Bolsonaro chegou a declarar, sem citar nominalmente a ex-presidente argentina, que "ninguém quer outra Venezuela no nosso continente".

Em sua próxima reunião com Macri, no dia  de junho, Bolsonaro discutirá, entre outros assuntos, o acordo comercial que está sendo negociado por Mercosul e União Europeia. Ao "La Nación", o presidente disse estar otimista quanto à possibilidade de fechar um pacto com o bloco europeu e considera que faltam apenas "pequenos detalhes" para concluir o processo.

"Vamos tratar de várias outras medidas de cooperação, vou com vários ministros para lá: o de Economia e o de Minas e Energia. O que mais quero é que a Argentina continue defendendo a democracia, a liberdade e o livre-comércio", ressaltou Bolsonaro.

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