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Bolívia ameaça expropriar 1 milhão de hectares de estrangeiros

Brasileiros são suspeitos de terem adquiridos terras ilegalmente e de não produzir alimentos

O governo de Evo Morales confirmou a intenção da expropiação (Joel Alvarez/Wikimedia Commons)

O governo de Evo Morales confirmou a intenção da expropiação (Joel Alvarez/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 14h09.

La Paz - O Governo boliviano ameaçou nesta quarta-feira expropriar no país cerca de um milhão de hectares de terras de brasileiros e menonitas se for confirmado que elas foram obtidas ilegalmente ou que não são usadas para produzir alimentos.

O vice-ministro de Terras, José Manuel Pinto, disse à rádio estatal que foi identificado o território em mãos de estrangeiros nas regiões de Santa Cruz (leste) e Beni (nordeste), fronteiriças com o Brasil, e se investigará se são terras adquiridas legalmente.

"Verificaremos primeiro como adquiriram a propriedade. Se cumprirem o marco legal vigente, respeitaremos e vamos registrar a propriedade. Se não cumprirem, (as terras) serão revertidas ao Estado e serão entregues a quem necessita delas para a produção", disse.

O Governo também investigará o uso que os estrangeiros estão fazendo dessas terras, pois, segundo o vice-ministro, "muitos as usam para o narcotráfico e outros fazem desmontes ilegais".

Entre os estrangeiros que supostamente adquiriram terras ilicitamente, o funcionário identificou empresários brasileiros e menonitas mexicanos da colônia de Rio Negro, no Beni.

O vice-ministro vinculou este problema à crise alimentícia mundial, já que houve uma crescente necessidade dos países de aumentar sua produção agrícola e, inclusive, de expandi-la a outras nações.

"Não somos contra um estrangeiro ter terras na Bolívia. Podem vir trabalhar e semear, mas que o façam de forma legal, que façam uma produção e exploração legal, cumprindo as normas de nosso país", acrescentou.

Em 2006, o Governo promulgou uma lei que ordena estudar a legalidade da propriedade de terras, assim como expropriar as que não estejam em produção para reparti-las entre indígenas e camponeses.

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