Exame Logo

Boeing derrubado na Ucrânia foi perfurado por projéteis

O Boeing da Malaysia Airlines derrubado no leste da Ucrânia foi perfurado por um grande número de projéteis, segundo relatório

Destroços do avião da Malaysia Airlines abatido na Ucrânia, matando 298 pessoas (Maxim Zmeyev/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 10h52.

Haia -O Boeing da Malaysia Airlines derrubado em meados de julho no leste da Ucrânia, cenário de um conflito entre Kiev e os separatistas pró- Rússia , foi "perfurado" por um grande número de projéteis a grande velocidade, segundo um relatório publicado nesta terça-feira.

As conclusões do relatório provisório, elaborado pelo Escritório de Investigação para a Segurança (OVV) da Holanda, acreditam na tese de que o Boeing 777 que decolou em 17 de julho de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur foi atingido pela metralha de um míssil.

"O voo MH17 do Boeing 777-200, operado pela Malaysia Airlines, explodiu no ar, provavelmente como resultado de um dano estrutural, provocado por um grande número de projéteis a grande velocidade que entraram de fora da aeronave", afirma o OVV.

"Não há indícios de que a queda do MH17 tenha sido provocada por uma falha técnica ou por uma ação da tripulação, que era qualificada e experiente", segundo o relatório.

No acidente morreram as 298 pessoas a bordo do avião, incluindo 193 holandeses.

Kiev e vários países ocidentais acusaram os separatistas pró-Rússia de terem derrubado o avião com um míssil terra-ar Buk fornecido por Moscou.

A Rússia, que nega qualquer envolvimento no conflito na ex-república soviética, acusou o exército ucraniano pelo ataque para depois atribuí-lo aos separatistas.

O míssil Buk explode diante do alvo e gera um grande número de pedaços de obus que destroem o alvo, enquanto o míssil ar-ar lançado por um avião de combate atinge diretamente o alvo, sem provocar o que foi descrito pelos investigadores.

Os separatistas do leste da Ucrânia afirmaram que não dispõem de meios para derrubar um avião de tal porte.

"Apenas posso dizer uma coisa: simplesmente, não temos os meios militares capazes de derrubar um Boeing comercial, como este avião malaio", afirmou à agência russa Interfax Alexander Zajarchenko, primeiro-ministro de autoproclamada República Popular de Donetsk.

O relatório tem como base as informações obtidas com as caixas-pretas e nas imagens e vídeos feitos no local da queda, assim como em dados do controle aéreo ucraniano.

Em consequência dos combates, os investigadores holandeses não conseguiram visitar a área, na região de Donetsk, controlada pelos separatistas.

De acordo com o OVV, será necessária uma "investigação complementar" para a redação do relatório definitivo, que só deve ser publicado em meados de 2015.

Kiev denuncia violação da trégua

Os presidentes da Ucrânia e da Rússia, Petro Poroshenko e Vladimir Putin, se comprometeram com o cumprimento efetivo do cessar-fogo, para facilitar uma solução pacífica do conflito armado iniciado em abril.

Mas a situação no país continua difícil. Kiev anunciou nesta terça-feira que quatro soldados morreram e 29 ficaram feridos desde sexta-feira.

Também denunciou tiros disparados na segunda-feira à noite contra o aeroporto de Donetsk, controlado pelas forças ucranianas, apesar da maior parte da região estar sob controle dos rebeldes.

Em Moscou, o chanceler Serguei Lavrov afirmou que espera o início em breve das negociações dobre o estatuto político do sudeste da Ucrânia, um dos 12 pontos que integram o acordo de cessar-fogo.

A derrubada do Boeing 777 da Malaysia Airlines agravou o conflito e influenciou a decisão da União Europeia e dos Estados Unidos de impor sanções econômicas à Rússia, acusada de apoiar os insurgentes separatistas.

Na segunda-feira, a UE aprovou novas sanções contra Moscou, mas as medidas serão suspensas no caso de respeito à trégua.

De acordo com fontes diplomáticas, as sanções impedem que as grandes empresas públicas russas de Defesa e Energia obtenham capital nos mercados europeus e ampliam o bloqueio de ativos, assim como a proibição de vistos para altos funcionários.

*Atualizada às 10h52 do dia 09/09/2014

Veja também

Haia -O Boeing da Malaysia Airlines derrubado em meados de julho no leste da Ucrânia, cenário de um conflito entre Kiev e os separatistas pró- Rússia , foi "perfurado" por um grande número de projéteis a grande velocidade, segundo um relatório publicado nesta terça-feira.

As conclusões do relatório provisório, elaborado pelo Escritório de Investigação para a Segurança (OVV) da Holanda, acreditam na tese de que o Boeing 777 que decolou em 17 de julho de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur foi atingido pela metralha de um míssil.

"O voo MH17 do Boeing 777-200, operado pela Malaysia Airlines, explodiu no ar, provavelmente como resultado de um dano estrutural, provocado por um grande número de projéteis a grande velocidade que entraram de fora da aeronave", afirma o OVV.

"Não há indícios de que a queda do MH17 tenha sido provocada por uma falha técnica ou por uma ação da tripulação, que era qualificada e experiente", segundo o relatório.

No acidente morreram as 298 pessoas a bordo do avião, incluindo 193 holandeses.

Kiev e vários países ocidentais acusaram os separatistas pró-Rússia de terem derrubado o avião com um míssil terra-ar Buk fornecido por Moscou.

A Rússia, que nega qualquer envolvimento no conflito na ex-república soviética, acusou o exército ucraniano pelo ataque para depois atribuí-lo aos separatistas.

O míssil Buk explode diante do alvo e gera um grande número de pedaços de obus que destroem o alvo, enquanto o míssil ar-ar lançado por um avião de combate atinge diretamente o alvo, sem provocar o que foi descrito pelos investigadores.

Os separatistas do leste da Ucrânia afirmaram que não dispõem de meios para derrubar um avião de tal porte.

"Apenas posso dizer uma coisa: simplesmente, não temos os meios militares capazes de derrubar um Boeing comercial, como este avião malaio", afirmou à agência russa Interfax Alexander Zajarchenko, primeiro-ministro de autoproclamada República Popular de Donetsk.

O relatório tem como base as informações obtidas com as caixas-pretas e nas imagens e vídeos feitos no local da queda, assim como em dados do controle aéreo ucraniano.

Em consequência dos combates, os investigadores holandeses não conseguiram visitar a área, na região de Donetsk, controlada pelos separatistas.

De acordo com o OVV, será necessária uma "investigação complementar" para a redação do relatório definitivo, que só deve ser publicado em meados de 2015.

Kiev denuncia violação da trégua

Os presidentes da Ucrânia e da Rússia, Petro Poroshenko e Vladimir Putin, se comprometeram com o cumprimento efetivo do cessar-fogo, para facilitar uma solução pacífica do conflito armado iniciado em abril.

Mas a situação no país continua difícil. Kiev anunciou nesta terça-feira que quatro soldados morreram e 29 ficaram feridos desde sexta-feira.

Também denunciou tiros disparados na segunda-feira à noite contra o aeroporto de Donetsk, controlado pelas forças ucranianas, apesar da maior parte da região estar sob controle dos rebeldes.

Em Moscou, o chanceler Serguei Lavrov afirmou que espera o início em breve das negociações dobre o estatuto político do sudeste da Ucrânia, um dos 12 pontos que integram o acordo de cessar-fogo.

A derrubada do Boeing 777 da Malaysia Airlines agravou o conflito e influenciou a decisão da União Europeia e dos Estados Unidos de impor sanções econômicas à Rússia, acusada de apoiar os insurgentes separatistas.

Na segunda-feira, a UE aprovou novas sanções contra Moscou, mas as medidas serão suspensas no caso de respeito à trégua.

De acordo com fontes diplomáticas, as sanções impedem que as grandes empresas públicas russas de Defesa e Energia obtenham capital nos mercados europeus e ampliam o bloqueio de ativos, assim como a proibição de vistos para altos funcionários.

*Atualizada às 10h52 do dia 09/09/2014

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBoeing 777Crise políticaEuropaMalaysia AirlinesRússiaUcrânia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame