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Bo Xilai apela de sentença à prisão perpétua, segundo jornal

Ex-dirigente comunista Bo Xilai apelou da sentença de prisão perpétua, imposta no domingo ao ser considerado culpado de suborno, desvio e abuso de poder

Bo Xilai escoltado por policiais: "Bo decidiu apelar horas depois que o tribunal sentenciou a prisão pela vida toda por corrupção", diz jornal (Jinan Intermediate Peoples Court/Handout via Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 10h54.

Pequim - O ex-dirigente comunista Bo Xilai apelou da sentença de prisão perpétua que foi imposta no domingo pelo Tribunal Popular Intermédio de Jinan (leste do país), ao ser considerado culpado de suborno, desvio e abuso de poder, afirma nesta terça-feira o jornal independente "South China Morning Post".

"Bo decidiu apelar horas depois que o tribunal sentenciou a prisão pela vida toda por corrupção ", indica o jornal, que cita fontes anônimas e próximas ao caso.

Segundo estas fontes, o antigo alto funcionário, de 64 anos, informou ao tribunal de sua apelação no mesmo domingo, após receber o veredicto.

Bo, um dos chamados príncipes da China - filho de antigos líderes revolucionários - ficou irado ao escutar no domingo sua pena em Jinan, província oriental de Shandong.

O ex-membro do Politburo chinês começou a gritar "injustiça" e "abuso" quando o juiz leu a sentença, que o declarou culpado de três acusações: aceitação de suborno, desvio e abuso de poder.

"A decisão não está baseada nos fatos. O tribunal não é transparente e nem justo e não levou em conta os argumentos apresentados pelos meus advogados e por mim mesmo", disse, segundo explicou outra fonte do jornal.

A reação de Bo corresponde com a atitude combativa mostrada ao longo do julgamento, quando rejeitou sistematicamente as acusações apresentadas contra ele e acusou as testemunhas de ser pouco confiáveis.


Segundo o "South China Morning Post", a apelação será transferida para um Tribunal Popular Supremo da província de Shandong, que escutará a reivindicação de Bo a portas fechadas.

No entanto, as possibilidades de Bo de ver reduzida sua pena são poucas, diz o diário, que coincide com outros observadores.

A prisão perpétua representa uma sentença mais dura do que tinham antecipado alguns analistas, e é a mais severa imposta a um alto dirigente chinês desde um julgamento no começo princípios dos anos 80.

A decisão do tribunal, que julgou Bo no final de agosto, põe fim à vida pública do ex-ministro de Comércio.

Embora a lei chinesa prevê que é possível diminuir a pena por bom comportamento, ainda deveria cumprir entre 15 e 20 anos de prisão. O próximo Congresso no qual se espera um revezamento das principais autoridades chinesas e uma renovação dos órgãos de poder vai acontecer em 2022, dentro de nove anos.

Bo protagonizou o pior escândalo político na China nas últimas décadas, que explodiu no ano passado quando Wang Lijun, o número dois do ex-dirigente, tentou pedir asilo em um consulado dos EUA.

Wang denunciou que a esposa de Bo, Gu Kailai, tinha matado meses antes o empresário britânico Neil Heywood, cuja morte tinha sido atribuída até então ao excesso de álcool.

Gu foi considerada culpada deste crime e sentenciada à pena de morte suspensa - o que se traduz no país em prisão perpétua -, enquanto Wang enfrenta a 15ª prisão por corrupção e outros delitos como deserção.

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Pequim - O ex-dirigente comunista Bo Xilai apelou da sentença de prisão perpétua que foi imposta no domingo pelo Tribunal Popular Intermédio de Jinan (leste do país), ao ser considerado culpado de suborno, desvio e abuso de poder, afirma nesta terça-feira o jornal independente "South China Morning Post".

"Bo decidiu apelar horas depois que o tribunal sentenciou a prisão pela vida toda por corrupção ", indica o jornal, que cita fontes anônimas e próximas ao caso.

Segundo estas fontes, o antigo alto funcionário, de 64 anos, informou ao tribunal de sua apelação no mesmo domingo, após receber o veredicto.

Bo, um dos chamados príncipes da China - filho de antigos líderes revolucionários - ficou irado ao escutar no domingo sua pena em Jinan, província oriental de Shandong.

O ex-membro do Politburo chinês começou a gritar "injustiça" e "abuso" quando o juiz leu a sentença, que o declarou culpado de três acusações: aceitação de suborno, desvio e abuso de poder.

"A decisão não está baseada nos fatos. O tribunal não é transparente e nem justo e não levou em conta os argumentos apresentados pelos meus advogados e por mim mesmo", disse, segundo explicou outra fonte do jornal.

A reação de Bo corresponde com a atitude combativa mostrada ao longo do julgamento, quando rejeitou sistematicamente as acusações apresentadas contra ele e acusou as testemunhas de ser pouco confiáveis.


Segundo o "South China Morning Post", a apelação será transferida para um Tribunal Popular Supremo da província de Shandong, que escutará a reivindicação de Bo a portas fechadas.

No entanto, as possibilidades de Bo de ver reduzida sua pena são poucas, diz o diário, que coincide com outros observadores.

A prisão perpétua representa uma sentença mais dura do que tinham antecipado alguns analistas, e é a mais severa imposta a um alto dirigente chinês desde um julgamento no começo princípios dos anos 80.

A decisão do tribunal, que julgou Bo no final de agosto, põe fim à vida pública do ex-ministro de Comércio.

Embora a lei chinesa prevê que é possível diminuir a pena por bom comportamento, ainda deveria cumprir entre 15 e 20 anos de prisão. O próximo Congresso no qual se espera um revezamento das principais autoridades chinesas e uma renovação dos órgãos de poder vai acontecer em 2022, dentro de nove anos.

Bo protagonizou o pior escândalo político na China nas últimas décadas, que explodiu no ano passado quando Wang Lijun, o número dois do ex-dirigente, tentou pedir asilo em um consulado dos EUA.

Wang denunciou que a esposa de Bo, Gu Kailai, tinha matado meses antes o empresário britânico Neil Heywood, cuja morte tinha sido atribuída até então ao excesso de álcool.

Gu foi considerada culpada deste crime e sentenciada à pena de morte suspensa - o que se traduz no país em prisão perpétua -, enquanto Wang enfrenta a 15ª prisão por corrupção e outros delitos como deserção.

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