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Bloqueio das redes sociais no Sri Lanka gera temor sobre liberdade

Ao bloquear o Facebook, o país também bloqueou a função "safety check", que permite aos usuários se comunicar com familiares e amigos após um desastre

Militar faz a segurança da residência presidencial no Sri Lanka, após ataques no país (Dinuka Liyanawatte/Reuters)

Militar faz a segurança da residência presidencial no Sri Lanka, após ataques no país (Dinuka Liyanawatte/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de abril de 2019 às 21h08.

A decisão do governo do Sri Lanka de bloquear as redes sociais após os ataques de domingo colocou em destaque a crescente desconfiança em relação às redes sociais, apesar dos críticos indicarem que a medida não só restringe conteúdos abusivos mas que também afeta o fluxo de informação.

As restrições no Sri Lanka ocorrem em meio a crescente frustração de governos de todo o mundo pela propagação de desinformação e incidentes de violência nas plataformas da internet.

O Sri Lanka bloqueou Facebook e seu serviço de troca de mensagens Messenger, WhatsApp, Instagram, YouTube, Viber e Snapchat logo após os atentados no domingo de Páscoacontra igrejas e hotéis que deixaram mais de 200 mortos, destacou a ONG defensora dos direitos digitais NetBlocks.

Esta é a segunda vez que o Sri Lanka bloqueia as redes sociais. Uma medida similar foi tomada em 2018 após uma sequência de atos de violência.

"Os governos ao redor do mundo, incluídos aqueles que exploram as redes sociais e os meios de comunicação estatais (...) se deram conta dos riscos associados a plataformas como WhatsApp", relatou através de um e-mail Jennifer Grygiel, uma professora de Comunicação da Syracuse University.

"Se apressam em tomar medidas agora para evitar rumores e a inquietação social, mas a facilidade com a qual são capazes de apagar as plataformas também revela quanto poder e controle têm os governos sobre estas companhias e a necessidade de proteger a liberdade de expressão".

De acordo com NetBlocks, o bloqueio no Sri Lanka pode ser contraproducente por ter deixado fora fontes de informação autênticas.

"As restrições à rede nacional de internet acelera a propagação de desinformação durante uma crise pois as fontes autênticas de informação está fora do ar", escreveu no Twitter o NetBlocks.

A promessa das autoridades do Sri Lanka de manter o bloqueio até que as investigações sejam concluídas é problemática, disse Amy Lehr, diretora da iniciativa de direitos humanos do Center for Strategic and International Studies (Centro para Estratégia e Estudos Internacionais).

Ao bloquear o Facebook, o Sri Lanka também bloqueou a função "safety check", que permite aos usuários se comunicar com familiares e amigos após um desastre.

Os esforços para regular as redes sociais aumentaram desde o tiroteio numa mesquita no mês passado na Nova Zelândia, que foi transmitido ao vivo pelo Facebook e compartilhado em seguida em outras redes sociais. O Facebook e outras redes fizeram um esforço para eliminar várias versões do vídeo.

Contudo, os erros das redes sociais, colocaram os governos em alerta para controlar os fluxos de informação.

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