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Biden se reúne com ministros ucranianos e duvida de mudança russa

Para o presidente americano a Rússia ainda indica intenções de manter a ofensiva contra a Ucrânia

Joe Biden: o presidente se comprometeu a vacinar 70% dos adultos até o feriado de Independência do país. (Sipa USA/Reuters)
AL

André Lopes

Publicado em 26 de março de 2022 às 15h45.

Última atualização em 26 de março de 2022 às 16h13.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reuniu-se neste sábado, 26, em Varsóvia, com dois ministros ucranianos para demonstrar seu apoio ao país invadido pela Rússia e questionou que Moscou tenha limitado seus objetivos militares, depois de um mês de duros combates.
Na capital polonesa, Biden teve seu primeiro encontro com membros do governo de Kiev desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Na conversa com o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e o da Defesa, Oleksiy Reznikov, tratou-se do "compromisso inabalável [dos Estados Unidos] com a soberania e com a integridade territorial da Ucrânia", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos americano, Ned Price.

Depois disso, Biden se reuniu com o presidente polonês, Andrzej Duda, a quem reiterou o "compromisso sagrado" dos Estados Unidos com o pacto de defesa coletiva da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma mensagem dirigida aos países da fronteira com a Ucrânia preocupados com a ofensiva russa.

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O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão com o objetivo de destruir as capacidades militares desta ex-república soviética e derrubar o governo pró-ocidental de Volodymyr Zelensky. Um mês depois, porém, as tropas russas parecem longe dos avanços esperados: não conseguiram capturar quase nenhuma cidade importante, e os ataques a civis são cada vez mais letais.

Na sexta-feira, um funcionário russo de alta patente anunciou, inesperadamente, que a partir de agora a ofensiva se concentrará na "libertação" de Donbass, no leste do país, já parcialmente dominado por grupos separatistas pró-Moscou.

O chefe do Estado-Maior adjunto das Forças Armadas, Serguei Rudskoy, afirmou que esta nova orientação se deve ao fato de "os principais objetivos da primeira fase da operação terem sido alcançados" e "as capacidades de combate das forças ucranianas terem sido reduzidas de maneira significativa".

Essa aparente mudança de estratégia coincide com informações, por parte do Ocidente, de que Moscou perdeu um sétimo general na guerra e que um coronel foi abatido por seus próprios homens. Os russos também enfrentam uma contra-ofensiva em Kherson, a única cidade importante capturada até agora.

Biden disse, no entanto, que não está convencido de que o anúncio de uma mudança de estratégia russa corresponda à realidade. Questionado em Varsóvia por um jornalista sobre as implicações dessa mudança, Biden respondeu: "Não tenho certeza de que tenham mudado".

Neste sábado (26), a cidade de Lviv, no extremo-oeste da Polônia, relativamente pouco afetada pela guerra até o momento, foi alvo de dois bombardeios que deixaram cinco feridos, informou o governador regional.

O prefeito de Chernigov (norte) alertou, por sua vez, que as tropas russas apertaram o cerco, e agora é praticamente impossível retirar civis e feridos desta cidade localizada a 120 km de Kiev.

Desde o início da invasão, mais de 10 milhões de ucranianos (em torno de 25% da população) tiveram de abandonar suas casas, e 3,7 milhões deixaram o país. Destes, 2,2 milhões foram para a Polônia, segundo dados das autoridades ucranianas e da ONU.

Após encontro com refugiados ucranianos na Varsóvia, Biden chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de "açougueiro". Em ocasiões anteriores, durante o conflito, já havia se referido a ele como um "criminoso de guerra".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia, por sua vez, de estimular uma perigosa corrida armamentista, ao alardear suas armas nucleares. Em discurso por videoconferência no Fórum de Doha, Zelensky também pediu ao Catar que aumente sua produção de gás natural, para evitar a pressão russa sobre a União Europeia (UE). O bloco ainda é altamente dependente das importações de hidrocarbonetos russos.

Na sexta-feira, Estados Unidos e UE anunciaram a criação de um grupo de trabalho para reduzir a dependência da Europa de energia fóssil da Rússia, prevendo a entrega de gás americano.

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