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Biden diz que seria um erro Israel ocupar Gaza e defende a criação de um estado palestino

O presidente americano disse acreditar que Israel seguirá as "regras de guerra" e defendeu a eliminação do grupo terrorista Hamas

Biden: americano fez alerta para Israel (Anna Moneymaker/Getty Images)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 16 de outubro de 2023 às 09h13.

Última atualização em 16 de outubro de 2023 às 16h58.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , afirmou em uma entrevista aoprograma 60 Minutes da CBS, que foi ao ar no domingo, 15, que seria um erro Israel manter uma ocupação militar na Faixa de Gaza após a invasão planejada para os próximos dias.

"Acho que seria um grande erro. O que aconteceu em Gaza, na minha opinião, é o Hamas, e os elementos extremistas do Hamas não representam todo o povo palestino. seria um erro Israel ocupar Gaza novamente", disse. Após os bombardeios em resposta ao ataque terrorista do Hamas no dia 7, Israel prepara uma invasão por terra, mar e ar em Gaza, que pode começar a qualquer momento.

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O embaixador de Israel na ONU,Gilad Erdan, disse, em resposta a fala de Biden, que o seu país não tem intensão de ocupar Gaza, apesar de não esclarecer como ficaria a região caso Israel consiga desmantelar o Hamas. "Não temos interesse em permanecer em Gaza, mas, como estamos lutando pela nossa sobrevivência, e a única maneira é destruir o Hamas, teremos que fazer tudo o que for necessário", disse em comunicado.

O americano disse ainda que acredita que Israel vai seguir as regras de guerra."Estou confiante de que os inocentes em Gaza poderão ter acesso a medicamentos, alimentos e água", afirmou. Na última semana, a ONU afirmou o bloqueio de entrada de alimentos, água e combustíveis realizado pelos israelenses é considerado um crime de guerra. Apesar do alerta aos israelenses, o americano reafirmou a posição de apoio a Israel e defendeu a eliminação do Hamas."Eliminar os extremistas (...) é um requisito necessário", disse.

Estado Palestino

Biden também reconheceu que é necessário uma "solução de dois Estados", uma proposta que prevê a criação de dois estados independentes para Israel e a Palestina. "Entendo que uma parcela significativa do povo palestino não compartilha das opiniões do Hamas e do Hezbollah", disse.O americano, porém, acredita que Israel não queira negociar uma solução após os ataques do Hamas.

A posição do presidente democrata destoa da sua atuação desde que assumiu, em 2021, que colocava a questão palestina à margem. Nos últimos meses, os americanos atuavam para normalizar as relações entre Israel e os países árabes, sem necessariamente tratar sobre a criação do Estado da Palestina.

O que você precisa saber sobre a guerra entre Israel e Hamas

O grupo palestino Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.

No Brasil, apenas os grupos designados como "terroristas" pela ONU recebem essa classificação. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia, apontam que o Hamas é uma organização terrorista.

Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.

Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.

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