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Biden critica decisão da Suprema Corte sobre ações afirmativas

Mais cedo, o ex-presidente Donald Trump, seu principal rival na disputa pela Casa Branca em 2024, comemorou a notícia, citando a meritocracia

Biden: "não é um tribunal normal" (Mandel Ngan/Getty Images)

Biden: "não é um tribunal normal" (Mandel Ngan/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de junho de 2023 às 16h58.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que as universidades americanas "são mais fortes quando há diversidade racial", ao discordar veementemente da decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, nesta quinta-feira, de derrubar critérios de admissão com base na raça e etnia da Universidade de Harvard e da Universidade da Carolina do Norte, restringindo ações afirmativas em faculdades e universidades de todo o país.

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"Eu discordo veementemente da decisão do tribunal — disse Biden em um breve discurso na Casa Branca, argumentando que as universidades americanas e a nação são mais fortes quando têm maior diversidade racial.

O presidente também disse que, apesar dessa decisão, a qual chamou de decepcionante, o tribunal "não pode mudar o que a 'América' representa". Ainda segundo o democrata, o governo já instruiu o Departamento de Educação americano a analisar quais práticas poderiam tomar para corpos estudantis mais diversificados, revisando condutas como admissões herdadas, que ajudam principalmente os candidatos brancos e ricos.

Biden ainda fez uma longa pausa antes de sair quando um repórter perguntou se "este é um tribunal quebrado". O presidente então respondeu que "não é um tribunal normal".

A decisão desta quinta-feira está diretamente relacionada a uma das prioridades declaradas do governo Biden. Quando assumiu o cargo, ele assinou uma ordem executiva orientando seu governo a promover a equidade racial na formulação de políticas.

Mais cedo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, seu principal rival na disputa pela Casa Branca em 2024, comemorou no Twitter um "grande dia para" para os Estados Unidos após a decisão da Suprema Corte.

"Esta é a decisão que todos esperavam e desejavam e o resultado foi surpreendente. Além disso, nos manterá competitivos contra o resto do mundo — disse o republicano, pré-candidato pelo Partido Republicano para um segundo mandato na Casa Branca . — As nossas mentes mais brilhantes devem ser valorizadas e é isso que este dia maravilhoso trouxe. Vamos voltar a tudo com base no mérito e é assim que deve ser!

Decisão

Nesta quinta-feira, a Suprema Corte americana — dominada por uma maioria conservadora de 6 a 3, incluindo três juízes nomeados por Trump — decidiu que os programas de admissão com base na raça e etnia da Universidade de Harvard e da Universidade da Carolina do Norte são inconstitucionais, restringindo a ação afirmativa em faculdades e universidades de todo o país. Tal decisão pode significar menos estudantes negros e hispânicos nas melhores universidades do país e forçar centenas de escolas a reformular suas políticas de admissão.

Segundo o presidente da Corte, John Roberts Jr., que redigiu a opinião da maioria, os programas violavam a cláusula de proteção igualitária da Constituição, acrescentando que "inevitavelmente empregam a raça de maneira negativa" e envolvem "estereótipos raciais". Os alunos, escreveu ele, "devem ser tratados com base em suas experiências como indivíduos, não com base na raça".

As juízas Sonia Sotomayor — primeira hispano-americana a compor a Corte —, Ketanji Brown Jackson — primeira mulher afro-americana nomeada ao cargo — e Elena Kagan foram contra a decisão. Sotomayor resumiu a discordância do tribunal, um movimento raro que sinaliza profundo desacordo, afirmando que a Corte está "enraizando ainda mais a desigualdade racial na educação, a própria base de nosso governo democrático e sociedade pluralista".

Os dois casos foram apresentados pelo Students for Fair Admissions (Estudantes por admissões justas, em tradução livre do inglês), um grupo fundado por Edward Blum, um estrategista legal conservador que organizou muitos processos contestando as políticas de admissão com consciência racial e as leis de direito de voto, vários dos quais chegaram à Suprema Corte

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