As estátuas de Vênus e Marte que foram "restauradas" por Berlusconi, o que suscitou a crítica dos especialistas (Andreas Solaro/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2011 às 12h11.
Roma - O ex-chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, retirou nesta terça-feira os pertences pessoais de seu gabinete no palácio presidencial, o Palácio Chigi, entre eles um vaso chinês da Dinastia Ming, uma espada do Cazaquistão e três fotos, indicou nesta quarta-feira o jornal La Repubblica.
O precioso vaso foi um presente da delegação oficial chinesa, enquanto a espada foi doada pessoalmente pelo presidente do Cazaquistão, Noursoultan Nazarbaiev, afirma o jornal.
Ao receber o vaso, Berlusconi brincou fingindo que ia deixá-lo cair, o que surpreendeu seus interlocutores.
Ainda segundo o jornal, Berlusconi comentou que as flores da decoração "eram muito bonitas, mas que, da próxima vez, preferia que o vaso fosse adornado com cenas do Kamasutra", referindo-se ao célebre texto hindu que trata do compromisso sexual do homem e que não tem nada a ver com a China.
As três fotos que empacotou, em compensação, são as que retratam os últimos dois papas, João Paulo II e Bento XVI, e o ex-presidente americano George Bush, a quem considera um verdadeiro amigo.
O jornal recorda que Berlusconi nunca gostou do Palácio Chigi, e que preferia receber seus ministros e amigos em sua residência privada, o Palácio Grazioli, a poucos metros de distância.
Quando em 2008 entrou na sede do governo depois de vencer as legislativas, seu primeiro comentário foi: "Esse lugar cheira mal", afirma a publicação.
Decidiu, por isso, decorá-lo a seu gosto, suscitando polêmicas, já que pediu obras de arte de importantes museus e, inclusive, acrescentou um pênis a uma antiga estátua de mármore de Marte e um braço a Vênus, o que lhe valeu críticas de especialistas e arqueólogos.