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Bento XVI entrega anel do Pescador para que seja destruído

O anel do Pescador, que simboliza o poder pontifício, e o selo de chumbo que Bento XVI usava, foram entregues à Câmara Apostólica

Papa Bento XVI no Vaticano, 26 de setembro, 2012 (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Bento XVI no Vaticano, 26 de setembro, 2012 (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2013 às 12h01.

Cidade do Vaticano - O papa emérito Bento XVI já entregou o anel do Pescador ao cardeal camerlengo para que seja destruído, sinal de que seu pontificado terminou, confirmou neste sábado o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que acrescentou que a preparação da Capela Sistina para o conclave ainda não começou.

Lombardi explicou que o anel do Pescador, que simboliza o poder pontifício, e o selo de chumbo que Bento XVI usava, foram entregues à Secretaria de Estado, que por sua vez os remeteu hoje à Câmara Apostólica, encarregada de administrar a Santa Sé quando não há papa e que é presidida pelo camerlengo, o cardeal Tarcisio Bertone.

Em relação à Capela Sistina, onde tradicionalmente os conclaves para a escolha de um novo papa são realizados, Lombardi disse que os trabalhos de preparação ainda não começaram, já que para isso é preciso a autorização a Congregação de Cardeais, que se reunirá pela primeira vez nesta ocasião na próxima segunda-feira.

Os serviços técnicos do Vaticano já têm todo o material previsto (cadeiras, mesas, chaminé), mas, por enquanto, a Capela Sistina, que foi chamada por João Paulo II de 'santuário da teologia do corpo humano', continua aberta ao público.

A dois dias do começo das duas primeiras reuniões de cardeais preparatórias para o segundo conclave do terceiro milênio (o primeiro foi o de 2005), os cardeais continuam a chegar a Roma, onde já se estão mais de 150 dos 207 que compõem o Colégio Cardinalício.

Segundo Lombardi, em Roma vivem de maneira permanente 75 cardeais, e outros 66, vindos de outras partes do mundo, já estão na cidade, enquanto espera-se que os demais cheguem até a próxima quarta-feira.

O Colégio Cardinalício é composto por 207 cardeais, dos quais 117 têm menos de 80 anos e o restante supera essa idade.

As leis do Vaticano preveem que só podem entrar na capela Sistina, local do conclave, os cardeais com menos de 80 anos. Os outros, embora não possam votar, podem ser escolhidos papa.


Dos 117 eleitores, dois anunciaram já que não participarão do conclave - o indonésio Julius Riyadi Darmaatmadja, por doença, e o britânico Keith O'Brien, ex-arcebispo de St Andrews e Edimburgo, que desistiu após ser acusado de 'comportamento inadequado' para com outros religiosos na década de 1980.

Hoje e amanhã não está prevista nenhuma reunião oficial, mas eles aproveitarão os dois dias para encontros privados, comentar a situação da Igreja e projetar o perfil do próximo papa, que - segundo a maioria dos cardeais - deve ser 'relativamente jovem' para guiar com energia a Barça de Pedro.

No Vaticano, é considerado 'jovem' um cardeal que tenha entre 60 e 70 anos.

Durante estas reuniões também começarão a ser definidos os grupos de cardeais que apoiam os candidatos e surgirão os 'grandes eleitores', ou seja, os cardeais capazes de dirigir o voto.

Como 'grandes eleitores' são considerados, pelo poder que têm na Igreja, o cardeal decano, Angelo Sodano, que tem mais de 80 anos e não poderá entrar na Capela Sistina, e o cardeal camerlengo, Tarcisio Bertone, que é eleitor.

Na segunda-feira, a primeira reunião de cardeais começará às 9h30 locais (5h30 de Brasília), e a segunda às 17h (13h de Brasília). Todas as reuniões dos cardeais acontecerão na Ala Nova do Sínodo, no complexo da Sala Paulo VI.

O cardeal decano, Angelo Sodano, já disse que até que não tenham chegado todos os cardeais eleitores, não será fixada a data do conclave. As leis vaticanas estabelecem que este deve começar de 15 a 20 dias depois do início da Sé Vacante, com o objetivo de permitir a todos os cardeais do mundo comparecer a Roma.

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