Mundo

Belgas protestam e pedem "cerveja, fritas e governo"

Bruxelas - Dezenas de milhares de belgas foram às ruas no domingo para tentar envergonhar líderes políticos que ainda não conseguiram formar um governo mais de sete meses depois das eleições, deixando o país à mercê dos mercados financeiros. Nos últimos dois meses, os mercados financeiros também passaram a prestar mais atenção ao impasse, aumentando […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2011 às 16h47.

Bruxelas - Dezenas de milhares de belgas foram às ruas no domingo para tentar envergonhar líderes políticos que ainda não conseguiram formar um governo mais de sete meses depois das eleições, deixando o país à mercê dos mercados financeiros.

Nos últimos dois meses, os mercados financeiros também passaram a prestar mais atenção ao impasse, aumentando os custos de dívida do país.

Organizadores da manifestação "Vergonha: um grande país sem governo", disseram que mais de 50 mil pessoas participaram da marcha que atravessou a capital Bruxelas. A polícia indicou que foram em torno de 34 mil.

Os manifestantes foram encorajados a vestir branco, uma lembrança da "marcha branca" de 1996 quando 300 mil belgas foram às ruas para pedir melhor proteção às crianças depois que o assassino em série e pedófilo Marc Dutroux foi preso. Branco é visto como a cor da esperança.

"Muitos disseram que foi sem importância, inocente ou raso. Mas deixa eu perguntar: o que há de sem importância em pedir que tenhamos um governo?", disse o estudante e co-organizador Thomas Ryberghs à multidão, que espontaneamente retrucou cantando "sim, podemos."

Uma faixa incluía os alimentos prediletos dos belgas com a exigência, dizendo: "Queremos cerveja, fritas e governo."

Desde as eleições parlamentares em junho, que terminaram sem que uma coalisão ficasse na liderança, os líderes dos partidos têm discutido sobre a divisão do poder no país que já é dividido em termos lingüísticos.

Os francófonos em especial não querem fazer concessões porque temem que isso divida a Bélgica, algo que eles são contra.

"Estamos aqui porque queremos mostrar aos líderes políticos que as coisas têm de mudar... São os políticos que estão tentando dividir o país. Eu sou contra a separação da Bélgica", disse Laurent Leew, de 36, que marchava com seu filho de cinco.
Economistas dizem que a ausência de um governo significa que a Bélgica não pode realizar reformas para controlar sua dívida crescente e deixa os investidores com medo de que o país precise de um resgate financeiro.

A dívida pública da Bélgica se aproxima de seu produto interno bruto e é a terceira maior da zona do euro, atrás apenas da Itália e da Grécia, que já recebeu um resgate.

A manifestação é a mais recente de uma série de ações civis para demonstrar o descontentamento do público por causa do impasse pós-eleitoral, que completa 223 dias.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEuropaPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua