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Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 15h52.
São Paulo – O Banco Central da Grécia alertou nesta quarta-feira que o país tem a última chance para reestruturar sua economia e permanecer na zona do euro, segundo comunicado distribuído pela autoridade monetária.
O aviso ocorre ao mesmo tempo em que a União Europeia (UE) pressiona os políticos gregos para que ratifiquem o acordo proposto pelos líderes da região em 26 de outubro.
A proposta prevê a liberação de uma ajuda externa de 130 bilhões de euros (174 bilhões de dólares) para que o país possa honrar suas obrigações com credores internacionais até o final de 2011. Contudo, caberá a Grécia adotar em troca fortes medidas de austeridade.
“A ajuda representa um marco na trajetória de ajustes da economia grega”, alertou o BC da Grécia em comunicado. “O acordo de resgate pode ser a última oportunidade concedida ao país” para que o mesmo se mantenha na zona do euro, explica a autoridade monetária.
No documento, a instituição disse que a dívida da Grécia poderá se tornar insustentável caso os atrasos na implementação de reformas e a retração da economia continuem por conta dos impasses políticos.
"Devemos acelerar o ritmo não apenas para alcançar nossos objetivos, mas para compensar o terreno perdido", disse George Provopoulos, governador do BC da Grécia.
“O que está em jogo é muito grande: o país deve permanecer na zona do euro e acho que, para a maioria dos gregos, não há nenhum dilema. Devemos ter sucesso e o país deve evitar novos atrasos a qualquer custo”, acrescentou.
Nesta quarta-feira, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, deixou claro que a próxima parcela de ajuda à Grécia não poderá ser paga a menos que os grandes partidos do país se comprometam por escrito em apoiar a austeridade.
"Precisamos não apenas da assinatura do primeiro-ministro grego, mas também das assinaturas de todos os partidos que o apoiam", disse Merkel durante um discurso feito hoje no Parlamento em Berlim.
Impasse
O premiê da Grécia, Lucas Papademos, planeja implementar as medidas de austeridade para reduzir o orçamento e conseguir assim a ajuda da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A adoção das novas normas tem que ser aprovada pelos partidos políticos gregos até a metade do mês de dezembro, quando caberá ao país honrar o pagamento de títulos, além de salários públicos e pensões.
A aprovação enfrenta a resistência de Antonis Samaras, líder do partido conservador grego. Em 22 de novembro, ele foi acusado pelo presidente da Comissão Europeia, José Barroso, de praticar "jogos políticos" ao se recusar a assinar por escrito seu apoio a adoção das medidas de austeridade.